Parreira critica jogadores e defende permanência de Tite
À frente dos times de 1994 e 2006, técnico diz que elenco pecou pela inexperiência e vê lição para Neymar
Moscou Treinador da seleção na conquista do tetracampeonato, nos Estados Unidos, em 1994, Carlos Alberto Parreira, de 75 anos, defendeu ontem a permanência de Tite no comando da equipe brasileira.
No último sábado, um dia após a derrota para a Bélgica, pelas quartas de final da Copa do Mundo, a CBF formalizou o convite ao comandante que dirigiu o grupo na Rússia para continuar. O treinador, no entanto, pediu um tempo para responder.
“Pela primeira vez, o Brasil caiu nas quartas de final, não ganhou a Copa, e vi uma grande parte da imprensa pedindo a continuidade do treinador e os torcedores também aceitando essa ideia. O trabalho foi bem feito. Essa mudança de padrão de comportamento é muito positiva”, analisou Parreira, que faz parte do grupo de estudos técnicos da Fifa.
À frente da equipe brasileira também na Copa do Mundo de 2006 —foi eliminado nas quartas de final— e coordenador técnico do time no Mundial do Brasil —com derrota por 7 a 1 para a Alemanha—, Parreira afirmou também que faltou experiência para o grupo atual na Rússia.
“Temos grandes jogadores, grande time, mas faltou experiência. Poderíamos ter ido mais longe, mas a Bélgica nos surpreendeu na primeira parte da partida. No segundo tempo, controlamos o jogo, mas não conseguimos vencer. A Copa é decidida nos detalhes”, disse o ex-treinador, que fez uma comparação com a equipe que levou à Alemanha em 2006.
“Você precisa de muita preparação e que tudo funcione ao mesmo tempo para ser campeão. Se precisasse só de talento, o Brasil ganharia todas as Copas. Talento não é o suficiente. Em 2006, tínhamos os melhores jogadores, mas faltou fome de vencer”, acrescentou.
Puxão de orelha
Parreira falou ainda sobre o atacante Neymar, alvo de críticas durante o Mundial por simular faltas e ter reações consideradas exageradas após as infrações.
“Pode ter havido um exagero da parte dele, mas tudo sobre Neymar ganha uma repercussão muito grande. Essa Copa deve servir para ele como uma grande lição. Ele vai fazer a diferença jogando futebol, com a qualidade que ele tem. Deixa os problemas de arbitragem para os juízes resolverem. Ele vai fazer a diferença e continuará a ser importante para nós”, concluiu Parreira.