Parques da periferia ficam fora de primeira concessão
Gestão Covas retirou do pacote quatro dos cinco parques fora do centro. Restaram Ibirapuera e Lajeado
Quatro dos cinco parques da periferia que estavam no primeiro pacote de concessão da Prefeitura de São Paulo serão retirados do projeto pela gestão Bruno Covas (PSDB). O prefeito tucano anunciou as mudanças ontem, após o governador Márcio França (PSB) questionar a concessão do Ibirapuera, o chamariz do pacote.
França pediu, em ofício enviado a Covas, a suspensão do processo de concessão do Ibirapuera com o argumento de que a área tem terrenos do estado, que “não foi envolvido de forma apropriada na estruturação do projeto”. Ele diz que o governo “não pode correr o risco de ser eventualmente impactado do ângulo material, econômico ou financeiro”.
Em resposta, Covas afirmou ontem à tarde que vai retirar a área que pertence ao governo, um estacionamento, conhecida como Autorama. Por outro lado, disse que a vencedora precisará cuidar também de apenas um parque na periferia da cidade. Apenas o parque Lajeado, no extremo leste, será mantido no pacote. Eucaliptos, na zona oeste; Jacintho Alberto, Tenente Brigadeiro Faria Lima e Jardim Felicidade, na zona norte, ficaram de fora.
O projeto de concessão de parques é uma das principais bandeiras tanto de Covas como do ex-prefeito João Doria (PSDB), rival de França na disputa ao governo paulista.
“É uma pena porque a área do estacionamento [que pertence ao estado] prevê uma receita de algo em torno de R$ 5 milhões [anuais], o que faz com que a gente vá ter que excluir os parques que a pessoa que ganhar o parque do Ibirapuera vai ter que ganhar na periferia”, disse Covas. “Essa decisão do governo do estado prejudica em última análise a população de Pirituba, de Campo Limpo, a população mais periférica, que teria um parque cuidado por um parceiro privado, remunerado no parque do Ibirapuera, e que agora não vai ter mais.”
A concessão foi suspensa na semana passada (leia abaixo). O valor mínimo é de R$ 1,9 milhão.