Edital só tinha exigências para vencedora cumprir no Ibirapuera
Antes da mudança no pacote de concessão, a gestão Bruno Covas (PSDB) havia adiado por prazo indeterminado a conclusão da licitação e a abertura dos envelopes para especificar melhor no edital as obrigações de investimento dos futuros concessionários nos chamados “parques periféricos”.
O Agora havia mostrado que a primeira versão do edital previa uma série de exigências ao Ibirapuera, de visitas guiadas (pagas ou não) a ambulância, mas tinha apenas indicações genéricas em relação aos outros parques.
Ainda assim, a concessionária não seria obrigada a resolver os problemas dos parques periféricos, apontados no edital como “demandas preliminares identificadas”.
Até o final do ano, a prefeitura deve lançar mais duas licitações de parques “âncora”, ou seja, os mais visados pela iniciativa privada, como Aclimação e Buenos Aires.
Marco Antonio Teixeira, docente de gestão pública da FGV (Fundação Getúlio Vargas), e Sandro Cabral, professor de estratégia do Insper, concordam que a rusga projeta incerteza sobre todo o pacote de desestatização, podendo assustar investidores. “Se tivesse bancado o pacote original, Covas teria dado um sinal importante de comprometimento”, diz Cabral.