Sindicato tem fila para barrar taxa em salário
Contribuição sindical foi negociada em assembleia; quem não concordou pode recusar desconto
O prazo final para barrar o desconto de uma contribuição levou um pequena multidão ao Sitraemfa (Sindicato dos Trabalhadores em Entidades de Assistência e Educação à Criança e ao Adolescente e à Família do Estado de São Paulo), localizado no Tatuapé, zona leste da capital. O acordo aprovado em assembleia da categoria prevê o desconto de 3% do salário, uma vez por ano.
O prazo para apresentar oposição a essa taxa negocial terminou ontem e, pelo segundo dia seguido, um cordão de pessoas percorreu lentamente cerca 600 metros de ruas distribuídas entre os dois quarteirões que separam a sede do sindicado e a saída do metrô Tatuapé.
O orientador socioeducativo Adalberto Vieira, 35 anos, levou duas horas para chegar ao início da fila. “É um absurdo passar por essa situação para evitar um desconto no salário que irá para um sindicato que não faz nada por nós”, reclamou.
A presidente do sindicato, Maria Aparecida Nery da Silva, minimiza o impacto da multidão de trabalhadores que não querem o desconto. “Ainda não sabemos quantos vieram, mas é muito pouco para uma base de 40 mil trabalhadores. A fila foi longa porque era o último dia”, disse. Para ela, não passa de 1% os que recusaram o desconto. A reforma trabalhista alterou trecho da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) que determinava o desconto de um dia de trabalho para financiar os sindicatos. Com o fim do imposto sindical, as entidades passaram a negociar outras contribuições para manter as atividades.