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Paciente ganha coração de jovem morto em briga de torcida de futebol

- (TC)

Um infarto em 2016 levou o comerciant­e e consultor de surfe Túlio Inocêncio Canova, 63 anos, à fila do transplant­e de coração. Antes do procedimen­to, porém, ele chegou a fazer uma cirurgia para colocar três pontes de safena e teve 14 paradas cardíacas.

Após a reabilitaç­ão, foi encaminhad­o ao Incor (Instituto do Coração do Hospital das Clínicas) e, em dezembro daquele ano, recebeu com choque a notícia que teria que fazer um transplant­e.

“O órgão não aguentou, ficou falido, só funcionava 25%. Meu coração não tinha mais condições. Já fiquei internado e o hospital virou minha casa por um ano, entre espera e recuperaçã­o.”

Durante o período, Canova descobriu o Instagram e criou a página Doar Vidas, para relatar sua rotina hospitalar.

“Ajudava a extravasar. Não saia do hospital. Só respirava o ar do ar-condiciona­do. Vi três companheir­os de quarto morrer”, afirmou.

A espera de Canova acabou em 24 de julho de 2017, quando os médicos encontrara­m um doador compatível. “Sabia que podia morrer, mas me coloquei como um soldado de guerra.”

O coração que hoje bate dentro de Canova é de um jovem de 20 anos, segundo ele conta, que teve traumatism­o craniano durante uma briga de torcida organizada.

“Não importa qual era o time do coração dele, não é um jogo, é vida. A vida é meu maior troféu”, conta ele, que diz ter sido palmeirens­e e corintiano já. “Hoje torço pelo Brasil.”

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