Programa petista não será contra mercado, diz Falcão
Ex-presidente do partido afirma que ideia é isentar IR para quem ganha até 5 salários mínimos
O programa de governo do PT não será antimercado e fará, inclusive, acenos ao empresariado e à classe média. É o que diz o ex-presidente do partido Rui Falcão.
Entre as propostas, que devem ser lançadas nos próximos dias, devem estar a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até cinco salários mínimos e medidas para estabilidade do câmbio.
Rui Falcão defende a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que está preso desde o dia 7 de abril na Superintendência da Polícia Federal, por conta do processo envolvendo o tríplex do Guarujá. Mas ela acha que é preciso pressão popular pela libertação.
“Com mobilizações sociais e eventual decisão sobre as ações no Supremo Tribunal Federal [sobre prisão após condenação em segunda instância], acredito que Lula possa ser liberado, mas só com muita pressão popular. Independentemente de ele conseguir libertação, vamos registrá-lo em 15 de agosto e utilizar todos os recursos para que ele possa estar na urna”, afirmou.
Falcão fala das pesquisas que apontam Lula com 30% das intenções de voto e que se a candidatura for inviável, será escolhido alguém para representá-lo. Isso, segundo ele, vai ocorrer até 20 dias antes do primeiro turno.
“O potencial apareceu no Datafolha: 30% votariam no nome indicado por ele e 17% talvez votariam. Com os últimos episódios, escancarando parcialidade e injustiça, o poder de transferência [de votos] deve se ampliar”.
Falcão nega que há um discurso de vitimização para ajudar a impulsionar uma candidatura apoiada por Lula, “Não é discurso, ele realmente se transformou em vítima pelo autoritarismo do sistema. Vou insistir: ele será registrado, vamos levar até o limite possível, e a substituição só ocorrerá se houver uma impossibilidade total.”
Sobre uma substituição pelo ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, Falcão não opina. E faz o mesmo sobre o ex-governador da Bahia Jaques Wagner.