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Com seca e greve, preço do leite dispara

Produto acumula alta de 19% no mês nos supermerca­dos do estado; na capital o aumento é de 23%

- Clayton castelani

O leite vendido nos supermerca­dos do estado de São Paulo custou 36% mais caro em junho do que em janeiro, segundo a Apas (Associação Paulista de Supermerca­dos).

A maior parte do aumento ficou concentrad­o em junho, quando o produto subiu 19% nas gôndolas —ou 23% na cesta básica dos moradores da capital, passando de R$ 2,83 para R$ 3,48, em média, conforme o levantamen­to feito pelo Procon-sp em parceria com o Dieese.

A redução da produção provocada pela falta de chuvas no início da safra e alta do dólar frente ao real são os principais responsáve­is pelo aumento do produto, mas a greve dos caminhonei­ros também teve importante impacto nos preços no mês passado. “Outros fatores tiveram peso, mas a greve impulsiono­u demais os preços”, afirma o economista da Apas Thiago Berka. “Não é normal o leite subir 19% no mês.”

A alta do produto ganha destaque diante do índice histórico de inflação mensal registrada nos supermerca­dos paulistas, que atingiu 3,55%. O recorde anterior havia sido de 2,97%, no mês de junho de 2008.

No caso do avanço geral dos preços, a crise nas estradas é apontada com a grande responsáve­l, segundo o economista. “A causa é a greve, todos os indicadore­s mostram isso”, diz Berka.

A batata é o item que melhor demonstra a influência da paralisaçã­o nos preços, segundo o economista. “No meio da crise, o saco de batatas de 50 kg chegou a custar R$ 310, mas agora já voltou ao preço de R$ 69, o mesmo de antes da greve.”

Para os próximos meses, há tendência de queda para itens que tiveram os valores exclusivam­ente afetados pelo movimento dos caminhonei­ros, como é o caso do frango, cuja alta foi de 22% somente em junho.

No leite, a elevação pode persistir se os custos de importação continuare­m em alta, diz Sérgio Roberto Gomes dos Santos Jr, da Conab.

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