Convenções iniciam amanhã com cenário sem definição
Principais candidatos não conseguiram costurar alianças para disputa presidencial na eleição de outubro
As convenções partidárias começam amanhã diante de um cenário inusitado: os dois líderes na corrida presidencial, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PSL), seguem sem condições políticas de fechar um arco de alianças, enquanto nomes que não chegam a 10% nas pesquisas devem firmar os acordos mais expressivos.
A indefinição da disputa mais fragmentada desde 1989 deve refletir no adiamento do rumo ideológico da campanha que, há alguns meses, parecia bem sedimentada na polarização entre direita e esquerda.
As convenções, que reunirão filiados para oficializar as candidaturas até 5 de agosto, devem ocorrer sem o anúncio do vice na maioria dos casos, e as coalizões só serão conhecidas em definitivo perto do prazo final para o registro das chapas, em 15 de agosto.
Na ponta das pesquisas eleitorais, Lula e Bolsonaro têm afastado potenciais aliados e serão aclamados candidatos mais para tentar mostrar força do que para apresentar suas coligações e programa de governo.
O PSL, por exemplo, lançará o capitão reformado no domingo, no Rio, após o fracasso das negociações com PR e PRP para a escolha de um vice —Magno Malta (PR) e o general Augusto Heleno (PRP) declinaram do convite.
Com cerca de 20% nas pesquisas, Bolsonaro tem oito segundos de tempo de TV para fazer campanha e se defender dos ataques de seus adversários no horário eleitoral e parece não conseguir convencer os políticos de que é uma opção segura para esta eleição.
Detentor de estrutura partidária Data Candidato Local da convenção Aliados Tempo de propaganda na TV e rádio Data Candidato Local da convenção Aliados Tempo de propaganda na TV e rádio Data Candidato Local da convenção Aliados Tempo de propaganda na TV e rádio maior, Lula tem 30% das intenções de voto e chances de transferir boa parte de seu espólio a outro nome se for barrado.
Lula autorizou o PT a negociar apoio com PSB, PR e PC do B —este com candidatura de Manuela D’ávila—, mas sua possível inegibilidade dificulta as conversas.
Quem busca ganhar espaço na esquerda com a ausência do ex-presidente na disputa é Ciro Gomes, que será aclamado candidato do PDT ao Planalto hoje.
O ex-governador do Ceará está em segundo lugar nas pesquisas —empatado tecnicamente com Marina Silva (Rede)— quando Lula não está no páreo, e duela com ele pelo apoio de PC do B e PSB.
Ciro também rivaliza com Geraldo Alckmin (PSDB) pelo chamado centrão, com DEM, PP, SD, PRB e PR.