Brasil marcando passo
Para diminuir a distância que separa o Brasil dos países ricos, nossa economia precisa crescer mais depressa. Só que há muito tempo isso não acontece.
Nos anos 1950 e 1970, por exemplo, a renda total do país mais que dobrou (alta de mais de 100%). Já nos últimos dez anos, o avanço foi de ridículos 12%.
Ou seja, estamos marcando passo enquanto outros progridem. Para se ter uma ideia, a renda média nacional era equivalente a 38% da americana em 1980. Agora são 26%.
É evidente que não existe uma explicação única para o atraso brasileiro. São muitos os motivos: a qualidade da educação deixa a desejar, a burocracia e os impostos sufocam as empresas, faltam boas estradas e outros meios de transportar as mercadorias, entre outros problemas.
Para um país enriquecer, os trabalhadores e as empresas precisam produzir mais e melhor. Isso significa contar com mão de obra mais qualificada, acesso a tecnologia mais avançada e incentivo para inovar e investir.
No Brasil é comum achar que a solução é a ajuda do governo. Muitos políticos prometem e defendem essa ideia.
Mas, na maior parte dos casos, a proteção oficial acaba levando os favorecidos a se acomodarem. O que faz patrões e empregados se mexerem de verdade é concorrência.
Essa competição, claro, precisa acontecer num ambiente mais justo: com impostos semelhantes para todos, juros bancários civilizados e menos burocracia.
Nada disso acontece da noite para o dia, mas faz mais sentido do que receitas milagrosas vendidas por candidatos em período eleitoral.