Dono de clube egípcio gera polêmica
O ambicioso projeto do investidor saudita Turki alsheik, 37 anos, é conquistar a África por meio do futebol do Pyramids FC, clube que não existia até 2017.
Al-sheik é o ministro dos Esportes e presidente do Comitê Olímpico da Arábia Saudita, mas desde o ano passado decidiu investir no Egito.
Segundo quem negocia atletas com o clube, ele repassa aos jogadores recémcontratados envelopes com grandes quantias de dinheiro para que se acomodem com conforto.
Al-sheik pode ter ambições esportivas e comerciais no Egito, mas suas ações no país podem envolver um sentimento de vingança.
No ano passado, ele resolveu salvar da falência o tradicional Al Ahly, do Cairo, instituição de 111 anos. O dinheiro aportado no clube o transformou em presidente de honra da instituição. Mas de herói ele rapidamente passou a vilão.
Após ter convencido o técnico argentino Ramón Díaz a treinar o Al Ahly, ele mudou os planos na última hora e levou o técnico para o Ittihad Jeddah, da Árabia Saudita.
Uma de suas missões como ministro dos Esportes é fortalecer a liga saudita.
Os protestos dos torcedores do Al Ahly se intensificaram. Dizendo estar desapontado, Turki abriu mão da presidência de honra do clube e foi atrás de outro negócio.
O Pyramids FC até o ano passado chamava-se Al Assiouty Sport e ficava na cidade de Beni Souef, a pouco mais de 100 km da capital, Cairo. Era um time criado em 2008 que jogou a segunda divisão local até 2014, quando subiu para a elite do futebol do Egito.
Sem torcida para pressionar, o saudita não teve problemas em transferir a equipe, que hoje joga em estádio com capacidade para 30 mil pessoas. Em curto prazo, o clube quer rivalizar com os dois principais times nacionais, que disputam a hegemonia local. O próprio Al Ahly e o Zamalek.
Para alcançar esse objetivo, o Pyramids investiu mais de 25 milhões de euros (R$ 109 milhões) só em atletas brasileiros, além de contratar um treinador do país.
Alberto Valentim, ex-botafogo, viajou durante a Copa do Mundo para ser o técnico da equipe. Ele tem como auxiliar o também brasileiro Fernando Miranda, que trabalhou na mesma função com Valentim no Red Bull, em São Paulo.
O atacante Keno, que estava no Palmeiras, e o ex-corintiano Rodriguinho foram anunciados nos últimos dois meses, assim como Ribamar, Carlos Eduardo e Arthur Caike, que deixaram Atléticopr, Goiás e Chapecoense, respectivamente.
A comissão técnica vai dirigir um elenco totalmente novo, que também conta com reforços da seleção do Egito, como Ali Gabr, contratado do Zamalek e que esteve na última Copa, na Rússia, neste ano.