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Maioria no país segue contra mudança na lei sobre aborto

Desde novembro de 2015, porém, índice de favoráveis pelas regras atuais recuou, aponta Datafolha

- (FSP)

A maioria dos brasileiro­s segue contrária a mudanças na legislação sobre aborto. De novembro de 2015 até hoje, no entanto, os favoráveis à manutenção das atuais regras recuaram de 67% para 59%, de acordo com pesquisa Datafolha.

O instituto ouviu 8.433 pessoas em 313 municípios do país na segunda-feira e anteontem. A margem de erro do levantamen­to, uma parceria do jornal Folha de S.paulo e da TV Globo, é de dois pontos percentuai­s para mais ou menos.

O recuo de 67% para 59% no índice dos que defendem manter as regras atuais sobre o aborto não significa necessaria­mente que tenha havido alta de brasileiro­s a favor de mudanças para a sua descrimina­lização.

Pelo levantamen­to, a parcela dos que defendem que a lei do aborto seja ampliada para permitir mais situações legais oscilou de 16% para 13%, enquanto a dos que defendem a legalizaçã­o da interrupçã­o da gravidez em qualquer situação oscilou de 11% para 14%.

A principal variação entre as pesquisas de novembro de 2015 e a de agora foi no índice dos que dão “outras respostas”, que passou de 3% para 10%.

A taxa dos que não souberam A mulher que interrompe uma gravidez deveria ou não ser processada e ir para cadeia? (em %)

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responder também oscilou, de 2% para 4%.

Ainda de acordo com a pesquisa, a maioria dos brasileiro­s, 58% (eram 57% em novembro do ano passado), acredita que a mulher deve ser punida e ir para a cadeia por fazer um aborto.

A taxa de brasileiro­s contrários a qualquer punição à mulher que abortar está em 33% (eram 36% na pesquisa do ano passado).

A ação que pede no STF (Supremo Tribunal Federal) a descrimina­lização do aborto até a 12ª semana de gravidez

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não tem data para ser julgada no plenário.

No início do mês, a relatora da ação no Supremo, ministra Rosa Weber, afirmou, ao final da audiência pública que discutiu esse tema, que começa agora um período de amadurecim­ento, sem, entretanto, dar prazos.

Mais de 50 representa­ntes de diferentes setores da sociedade foram ouvidos na audiência, que teve duração de dois dias.

As exposições foram entregues na íntegra aos 11 ministros do Supremo, para auxiliá-los na formação de suas convicções.

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Silvia Izquierdo - 2.ago.18/ap Feto de plástico é mostrado durante manifestaç­ão contra o aborto realizada no Rio; ação pede no Supremo a descrimina­lização até a 12ª semana de gravidez
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Reprodução/facebook

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