Agora

Nuzman nega compra de votos

- (FSP)

Rio de Janeiro O ex-presidente do COB (Comitê Olímpico do Brasil), Carlos Arthur Nuzman, negou ter participad­o de compras de votos em favor da candidatur­a do Rio para sediar os Jogos de 2016.

Em depoimento ao juiz Marcelo Bretas, Nuzman descartou ainda qualquer tipo de envolvimen­to com algum membro do COI (Comitê Olímpico Internacio­nal).

O dirigente teve dificuldad­es em explicar e-mails nos quais era cobrado por pagamentos por Papa Massata Diack, filho do senegalês Lamine Diack, membro do COI e ex-presidente da Federação Internacio­nal de Atletismo.

Nuzman é acusado de ter participad­o da compra de voto de Diack por US$ 2 milhões (R$ 8,1 milhões) em favor da Rio-16. Também são acusados o ex-governador Sérgio Cabral (MDB), o ex-diretor da Rio-2016 Leonardo Gryner e o empresário Arthur Soares, apontado como o financiado­r da propina.

Uma das provas apresentad­as pelo Ministério Público Federal são e-mails de Papa Diack nos quais afirma não ter recebido parte do valor, o que gerou “constrangi­mento de pessoas que confiaram no nosso comprometi­mento em Copenhague [sede do COI]”.

“Eu recebi, sim [esse email], falei com a Maria Celeste [sua assessora]. Disse a ela que desconheci­a esse fato. [...] Quem tivesse que assumir alguma coisa, que o fizesse”, afirmou Nuzman.

O dirigente também não corroborou a versão apresentad­a por Gryner há duas semanas. O ex-diretor disse que as cobranças se referiam a promessas de realização de eventos de atletismo no Brasil, que não se concretiza­ram.

A Procurador­ia identifico­u os repasses dos US$ 2 milhões de contas de uma empresa de Soares para firmas de Papa Massata Diack, sem justificat­iva contratual.

O Ministério Público Federal considera as versões apresentad­as pelos réus uma forma de esconder o que considera o real motivo de contato com Lamine Diack: o pagamento de propina para a vitória na eleição da sede no COI em outubro de 2009.

O processo agora vai para as últimas manifestaç­ões do MPF e das defesas para análise de Bretas. O magistrado terá de avaliar se ficou comprovado a participaç­ão de cada um dos réus.

 ?? Silvia Izquierdo - 5.out.17/ap ?? Carlos Arthur Nuzman, ex-presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, é escoltado por policiais; ele é acusado de participaç­ão na compra de votos da Rio 2016
Silvia Izquierdo - 5.out.17/ap Carlos Arthur Nuzman, ex-presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, é escoltado por policiais; ele é acusado de participaç­ão na compra de votos da Rio 2016

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil