De debates a saída da ONU, Bolsonaro coleciona recuos
Após aliado dizer que campanha reavalia ida a debates de TV, presidenciável disse que vai aos eventos
Com uma semana de campanha nas ruas, o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) aumentou sua lista de recuos, de idas e vindas. Confrontado com o repúdio de setores estratégicos da opinião pública e do meio político, o capitão reformado do Exército bateu em retirada em diversão declarações.
O mais recente deles foi sobre sua participação em debates de TV. Inicialmente, ele havia prometido ir a todos, já que conta com apenas oito segundos para propaganda eleitoral na TV.
Anteontem, o presidente do PSL e braço direito do candidato, Gustavo Bebianno, afirmou que a campanha estava reavaliando a participação do deputado.
“Ele está de saco cheio desses debates inócuos, que não levam a nada. Não sabemos se ele vai aos outros. Tem 40%, 50% de chance de não ir”, afirmou
Ontem, em agenda de campanha em Araçatuba (540 km de São Paulo), Bolsonaro disse que “a princípio” vai participar dos próximos debates, mas fez críticas ao formato dos programas.
“Aqui, eu consegui te dar uma resposta de três minutos, razoável. Lá eu tenho 45 segundos para responder a mesma pergunta”, disse.
Filho do presidenciável, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) disse à reportagem que o pai vai participar de todos os debates “de grande audiência”.
Também nesta semana, Bolsonaro mudou de ideia sobre declaração dada no último sábado, de que o Brasil sairia da ONU caso seja eleito.
À reportagem, ele disse ter cometido um ato falho e que se referia, na verdade, ao comitê de Direitos Humanos.
Entre promessas não cumpridas estão ainda a de divulgação dos nomes dos futuros ministros de um eventual governo Bolsonaro.
Ele afirmou que anunciaria a lista de seus auxiliares antes mesmo do início da campanha. O candidato voltou atrás e disse que todos que declaram apoio a ele são alvo de perseguição.