Supremo adia decisão sobre tornar Bolsonaro réu
Com o placar empatado em 2 a 2, a Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) suspendeu nesta terça (28) o julgamento do recebimento de uma denúncia da Procuradoria-geral da República contra Jair Bolsonaro (PSL). O presidenciável é acusado de racismo em relação a quilombolas, refugiados e outros grupos.
O relator, ministro Marco Aurélio, votou pela rejeição da denúncia, e foi acompanhado por Luiz Fux. Luís Roberto Barroso divergiu do relator e votou pela abertura de ação penal. Barroso foi acompanhado por Rosa Weber. Falta o ministro Alexandre de Moraes votar. Ele é presidente da Primeira Turma e pediu vista por volta das 18h, sob a justificativa de que seu voto é longo e já estava tarde. Moraes disse que o julgamento deve ser retomado na próxima terça.
Inicialmente, a análise da denúncia tinha sido marcada para o dia 4, mas a defesa de Bolsonaro pediu para o STF antecipar. Na semana que vem já terá começado a campanha eleitoral na TV e o tema poderá ser explorado por adversários.
Bolsonaro já é réu em outras duas ações penais, que tramitam em conjunto, sob a acusação de incitar o crime de estupro em um episódio em que disse à deputada Maria do Rosário (PT-RS) que só não a estupraria porque ela não merecia.
A acusação de racismo foi por causa de declarações em uma palestra realizada em 2017 no Clube Hebraica do Rio. A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, denunciou o deputado em abril deste ano. Segundo ela, Bolsonaro “usou expressões de cunho discriminatório, incitando o ódio.”