Agentes que escoltavam Bolsonaro não tinham rádio
No dia do atentado eles se falavam por mensagens de whatsapp e gestos; chefe não estava
Os agentes da Polícia Federal que no último dia 6 fizeram a escolta de Jair Bolsonaro (PSL) não contavam com equipamentos de rádio para se comunicar quando o presidenciável foi vítima de um atentado a faca, durante ato de campanha em Juiz de Fora (MG). Bolsonaro foi ferido no abdômen e está internado no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo.
Sem rádio, eles conversaram entre si por meio de gestos e mensagens enviadas em um grupo no Whatsapp. Estavam misturados ao público, sem uniformes e alguns sem distintivos.
Policiais federais ouvidos pela reportagem e que trabalharam em escolta de dignitários disseram, com a condição do anonimato, que em casos em que se escolta uma autoridade num evento público aberto é recomendado o uso de aparelhos que consistem em um ponto eletrônico encaixado no ouvido e um pequeno microfone escondido na roupa em uma parte que facilite levá-lo até a boca.
Mãos livres
Esses rádios não têm fio e permitem que os seguranças fiquem com as mãos livres para o caso de precisarem entrar em ação, puxando uma arma, por exemplo.
No dia do ataque, Bolsonaro era escoltado por sete policiais federais da equipe permanente de acompanhamento da sua campanha.
Outros seis agentes da PF de Juiz de Fora foram requisitados para reforçar a segurança naquele dia. Foram os policiais federais que socorreram Bolsonaro.
Ao todo 17 agentes se revezavam na equipe permanente de proteção do candidato desde o início da campanha. Após o ataque, a PF decidiu reforçar o contingente para até 25 policiais.
A responsabilidade por disponibilizar os equipamentos para os policiais federais é do delegado da PF Daniel França, coordenador da equipe que protege Bolsonaro. França, porém, não estava em Juiz de Fora no dia do ataque ao presidenciável.
A Polícia Federal não informou a razão da ausência e disse que “a função do coordenador de equipe é viabilizar o trabalho de segurança, tarefa nem sempre realizada em campo”. Na hora do atentado, Jair Bolsonaro estava no ombro de um agente de segurança que havia se voluntariado para ajudar.
Em nota, a Polícia Federal afirmou que, no dia do atentado, a equipe de segurança contava com quantidade suficiente de policiais.