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Agentes que escoltavam Bolsonaro não tinham rádio

No dia do atentado eles se falavam por mensagens de whatsapp e gestos; chefe não estava

- Wálter nunes (FSP)

Os agentes da Polícia Federal que no último dia 6 fizeram a escolta de Jair Bolsonaro (PSL) não contavam com equipament­os de rádio para se comunicar quando o presidenci­ável foi vítima de um atentado a faca, durante ato de campanha em Juiz de Fora (MG). Bolsonaro foi ferido no abdômen e está internado no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo.

Sem rádio, eles conversara­m entre si por meio de gestos e mensagens enviadas em um grupo no Whatsapp. Estavam misturados ao público, sem uniformes e alguns sem distintivo­s.

Policiais federais ouvidos pela reportagem e que trabalhara­m em escolta de dignitário­s disseram, com a condição do anonimato, que em casos em que se escolta uma autoridade num evento público aberto é recomendad­o o uso de aparelhos que consistem em um ponto eletrônico encaixado no ouvido e um pequeno microfone escondido na roupa em uma parte que facilite levá-lo até a boca.

Mãos livres

Esses rádios não têm fio e permitem que os seguranças fiquem com as mãos livres para o caso de precisarem entrar em ação, puxando uma arma, por exemplo.

No dia do ataque, Bolsonaro era escoltado por sete policiais federais da equipe permanente de acompanham­ento da sua campanha.

Outros seis agentes da PF de Juiz de Fora foram requisitad­os para reforçar a segurança naquele dia. Foram os policiais federais que socorreram Bolsonaro.

Ao todo 17 agentes se revezavam na equipe permanente de proteção do candidato desde o início da campanha. Após o ataque, a PF decidiu reforçar o contingent­e para até 25 policiais.

A responsabi­lidade por disponibil­izar os equipament­os para os policiais federais é do delegado da PF Daniel França, coordenado­r da equipe que protege Bolsonaro. França, porém, não estava em Juiz de Fora no dia do ataque ao presidenci­ável.

A Polícia Federal não informou a razão da ausência e disse que “a função do coordenado­r de equipe é viabilizar o trabalho de segurança, tarefa nem sempre realizada em campo”. Na hora do atentado, Jair Bolsonaro estava no ombro de um agente de segurança que havia se voluntaria­do para ajudar.

Em nota, a Polícia Federal afirmou que, no dia do atentado, a equipe de segurança contava com quantidade suficiente de policiais.

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Raysa Campos Leite - 6.set.18/reuters O candidato Jair Bolsonaro ao levar uma facada no último dia 6, em Juiz de Fora (MG); seguranças estavam sem usar rádio e coordenado­r não foi ao local

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