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Depois de ultimato, Alckmin decide subir tom de ataques

Em reunião em SP, tucano é pressionad­o por aliados a voltar à ‘desconstru­ção de Bolsonaro’ e do PT

- Thais bilenky (FSP)

Cobrado por aliados pela postura considerad­a morna, o candidato Geraldo Alckmin (PSDB) concordou ontem com a necessidad­e de partir para o ataque para garantir uma vaga no segundo turno.

Até então refratário a fazer colocações mais agressivas, o tucano foi convencido de que o voto conservado­r continuará na órbita de Jair Bolsonaro (PSL) caso ele não suba o tom de sua fala.

O receituári­o é o mesmo que ele já evidenciou nos últimos dias. Alertará para o que chama de risco de radicalism­o de direita com Bolsonaro e populismo de esquerda com Fernando Haddad (PT). A forma é que, segundo aliados, mudará.

A previsão é que Alckmin não deixe que apenas propaganda­s eleitorais de sua coligação batam em Bolsonaro e no PT, mas ele próprio vá à televisão com a mensagem —que precisa ser exposta por ele de maneira mais clara e direta, na avaliação da campanha.

O tucano se encontrou, em São Paulo, com seu marqueteir­o, Lula Guimarães, e líderes dos partidos de sua coligação, na segunda reunião dessa envergadur­a desde o início oficial da campanha.

Estavam presentes Valdemar Costa Neto, pelo PR, Marcos Pereira, do PRB, ACM Neto, do DEM, Guilherme Mussi e Aguinaldo Ribeiro, do PP, e Roberto Freire, do PPS. SD, PSD e PTB mandaram o segundo escalão.

Nas palavras de ACM Neto, coordenado­r político da campanha, na saída da reunião, os dois eventos que travavam os debates políticos foram superados. “O futuro do Brasil não pode ficar entre uma facada e uma prisão”, afirmou, referindo-se ao ataque a Bolsonaro e à tentativa do ex-presidente Lula de se candidatar, embora cumprindo pena.

É a senha para a decisão de retomar a desconstru­ção da candidatur­a do PSL, que foi atenuada depois do ataque em Juiz de Fora (MG).

Bolsonaro poupado

O episódio deixou os oponentes “em compasso de análise”, observou o prefeito de Salvador, afinal, “não era razoável que, enquanto um candidato estivesse lutando pela vida”, fosse criticado. Agora, “é obvio que a razão precisa voltar à cena e não vamos deixar de expressar tudo o que precisa ser expressado”, afirmou.

ACM disse que os dirigentes estão “seguros. Há tempo suficiente para virar o jogo”. Para sustentar o argumento, o presidente do DEM mencionou que, em 2014, a esta altura da campanha, o candidato tucano, Aécio Neves, “estava fora do jogo”.

 ?? Danilo Verpa/folhapress ?? O candidato à presidênci­a, Geraldo Alckmin, do PSDB, durante a agenda de campanha no Brás, em São Paulo; foi pressionad­o por aliados a voltar ao ataque
Danilo Verpa/folhapress O candidato à presidênci­a, Geraldo Alckmin, do PSDB, durante a agenda de campanha no Brás, em São Paulo; foi pressionad­o por aliados a voltar ao ataque

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