Dá para melhorar
Semana passada estive na bela e calorosa Palmas, capital do estado do Tocantins. Antes de chegar ao mais jovem estado da federação, que em outubro deste ano comemorará três décadas de fundação, estava bem curioso para ver, nas ruas, qual era a preferência futebolística dos palmenses. Assim que desci no Aeroporto Brigadeiro Lysias Rodrigues, vi um taxista com uma camisa do Real Madrid. Apesar dos escaldantes 41 graus, observei, desde a confortável carona do carro com ar-condicionado, um grande número de pessoas com camisetas de times estrangeiros andando pelas ruas de Palmas.
Nada de camisetas de equipes nacionais. Muito menos camisas dos locais Gurupi, Tocantinópolis, Palmas e Interporto. Apenas no domingo, durante um rolezinho num dos shoppings da cidade, vi camisas de Corinthians, Palmeiras, São Paulo, Santos e Flamengo. Não que esta realidade seja tão diferente aqui em São Paulo. Mas, num estado como o Tocantins, sem tanta tradição futebolística, minha constatação empírica denota como a influência do futebol europeu está massiva.
Mas acho que se engana quem pensa que este domínio se dê apenas pelo poderio econômico europeu. Claro que a grana fala alto. Eles levam nossos craques ainda chutando chocalho no berço. Porém, CBF, Conmebol, federações e clubes fazem uma força tremenda em depreciar os campeonatos locais.
Já passou da hora de transformar o calendário. Acabar com os estaduais, fazer uma nova estrutura de divisões do campeonato nacional, com aporte da CBF e da Série A. É urgente diminuir o número de jogos. Não apenas imitar o cerimonial de jogos da Uefa, mas fazer campeonatos com partidas espalhadas por todo o ano. Podemos melhorar.