Haddad antecipa nome para a Fazenda se for ao 2º turno
Anúncio sinalizaria que eventual governo será moderado e sem rupturas econômicas para agradar mercado
Fernando Haddad (PT) quer apresentar logo no início do segundo turno o nome que assumirá o Ministério da Fazenda caso seja eleito.
Dessa forma, defendem aliados, o petista vai sinalizar que seu eventual governo será moderado e sem grandes rupturas na economia, permitindo sua entrada na reta final da disputa sob menor desconfiança do mercado financeiro.
O grupo mais próximo ao candidato, porém, descarta a publicação de uma nova versão da Carta aos Brasileiros, divulgada por Luiz Inácio Lula da Silva em 2002 para acalmar investidores.
A tese agora é que o perfil de Haddad já é moderado, mas que o anúncio do chefe da Fazenda poderia deixar ainda mais claro que sua gestão não será orientada por um sentimento de ódio e vingança ao setor financeiro.
Até o final do primeiro turno a ordem é manter a estratégia de conquista de votos do eleitor petista, reforçando a imagem de que Haddad é quem vai levar adiante o projeto político.
Caso as projeções das pesquisas mais recentes se confirmem, o herdeiro de Lula pode passar para o segundo turno contra Jair Bolsonaro (PSL), que tem seduzido parte do mercado com o discurso liberal de seu guru econômico, Paulo Guedes.
O crescimento econômico e a reforma tributária devem ajudar a recompor o rombo da Previdência, disse ontem Guilherme Mello, um dos economistas da campanha.
Segundo ele, a isenção de IR para quem ganha até cinco salários mínimos e a criação de alíquotas mais altas para os mais ricos aliadas à tributação de lucros e dividendos e ao desincentivo à “pejotização” (transforma empregado em empresa) ajudarão a equacionar os gastos da Previdência.