Aliados de Bolsonaro já disputam espaço e indicações
Grupo do Rio indica médico de SP para Saúde, em caso de vitória, mas acaba desautorizado
Grupos aliados de Jair Bolsonaro (PSL) estão se enfrentando pela primazia na indicação de nomes de seu ministério, criando atritos no entorno do presidenciável.
O mais recente foco é o Ministério da Saúde. O grupo liderado pelo comando PSL fez circular na semana passada o nome de Henrique Prata, diretor do Hospital Amor (antigo Hospital do Câncer de Barretos).
Bolsonaro gosta do médico, mas divulgou áudio no fim de semana a aliados negando o convite para o caso de vitória no segundo turno.
Na sexta, havia feito a mesma declaração à Rádio Jornal de Barretos.
Prata, porém, disse à reportagem que o convite ocorreu por meio de uma “comissão” ligada ao candidato e que tem levantado nomes. Afirmou ainda ter encontrado Bolsonaro em agosto, durante a Festa do Peão de Barretos.
Ele é defendido pela dupla do Rio, como são conhecidos Gustavo Bebianno e Paulo Marinho, respectivamente presidente interino do PSL e suplente de Flávio, o filho de Bolsonaro eleito senador.
Já o chamado grupo dos generais, formado por oficiais da reserva, e o economista Paulo Guedes têm outro nome em mente.
Querem que a Saúde seja ocupada por médico Nelson Teich, presidente do centro de oncologia COI, do Rio.
Outra aresta se encontra na escolha do nome para a nova pasta que submeterá o Meio Ambiente à Agricultura, caso o deputado vença o pleito.
O nome natural para os aliados mais antigos é o de Luiz Antonio Nabhan Garcia, presidente da União Democrática Ruralista.
Na quinta passada, 18 deputados da Frente Parlamentar da Agricultura foram reafirmar o apoio do grupo suprapartidário. O senador eleito Luiz Carlos Heinze (PPRS) seria favorito.
Alertados de que isso seria lido como uma ofensa pelo presidenciável, que faz campanha montado na promessa de que não aceitará indicações políticas, não falaram nada. Mas o recado foi dado indiretamente.