Corregedoria apura atuação de PMS em morte de jovem
Policiais disseram que adolescente, morto com dois tiros, e primo apontaram arma em perseguição
A Corregedoria da Policia Militar investiga a ação de policiais em abordagem que aconteceu na quarta-feira passada, no Jaraguá (zona norte). No caso, Vinicius da Silva Cruz, 15 anos, foi morto por PMS após ser baleado enquanto andava de moto com o primo, Daniel Mendes dos Santos, 19 anos.
De acordo com o boletim de ocorrência, registrado pelos PMS envolvidos no caso, os dois jovens foram perseguidos após tentarem roubar um motorista. Ao ser abordado, afirmaram os PMS, Daniel apontou uma arma. Os policiais disseram que revidaram, atingindo Vinicius com dois tiros nas costas. O adolescente, que pilotava a moto, perdeu o controle e bateu em em um portão na rua os dois jovens moravam.
Os dois foram levados para o Hospital Geral de Taipas, mas Vinicius não resistiu e morreu. Daniel, que ainda segundo o boletim foi reconhecido pelo motorista, foi preso em flagrante por tentativa de roubo, corrupção de menor e resistência.
Familiares dos jovens contestam a versão da PM. “Ele [Vinicius] pegou a moto de um primo apenas para dar uma volta no quarteirão. Nada justifica terem atirado neles”, diz a mãe do garoto, a dona de casa Andressa Vieira da Silva, 35 anos.
Eles também afirmam que Daniel não estava armado. “Ninguém mostrou o tal revolver que o Daniel carregava, essa arma não apareceu em nenhum momento. Ainda disseram que ele não tinha residência fixa, e nós moramos no mesmo lugar há 30 anos. Com certeza, pegaram dois inocentes”, afirmou o pai de Daniel, o pedreiro Leandro Palmeira dos Santos Filho, 46 anos.
Os familiares dos jovens ainda contam que, um dia depois, moradores do bairro sofreram intimidações. “Alguns carros de polícia passaram por aqui dando cavalo de pau. Em outro, os policiais fizeram gestos obscenos”, disse o padrasto de Vinicius, o ajudante de pedreiro Jonatas dos Santos Silva, 22 anos.