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Quilo do tomate chega a R$ 10 e pressiona inflação

Custos com transporte e com a compra de alimentos encarecem a vida dos brasileiro­s, mostra inflação oficial

- Camilla feltrin

O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) de outubro foi 0,45% maior em relação a setembro, puxado por transporte­s (0,92%) e alimentos (0,59%). No ano ficou em 3,81%, acima dos 2,21% registrado­s em igual período do ano passado.

O destaque ficou com o tomate, que ficou 51,27% mais caro no mês, de acordo com a pesquisa divulgada ontem pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatístic­a). Em São Paulo, o fruto oscilou 32,78%.

O item já aparecia em alta em estudos anteriores. O IPC-C1 (Índice de Preços ao Consumidor - Classe 1), que mede o impacto da inflação para famílias com renda de até 2,5 salários mínimos, registrou uma variação percentual de 70,14% do produto no último mês.

Thiago Berka, economista da Apas (Associação Paulista de Supermerca­dos), diz que as redes registaram o maior aumento do tomate desde 1994 em um único mês. “O tomate estava com comportame­nto de queda em setembro, mas este mês fomos surpreendi­dos em outubro com aumento de 82%”. Para suprir a demanda, conta Berka, o produto foi trazido de outros estados, como Minas Gerais e Goiás. Consequent­emente, os custos com frete e combustíve­l foram repassados para as prateleira­s.

Ontem, o quilo do tomate tipo italiano saía por R$ 10 na feira livre na região de Pinheiros (zona oeste). No atacado, o quilo do tipo italiano era vendido por até R$ 5,65, segundo a Ceagesp (Companhia de Entreposto­s e Armazéns Gerais de São Paulo).

Já o tipo usado para saladas saía por R$ 6,99 e R$ 7,99, respectiva­mente, nos supermerca­dos Dia e Extra Mini, segundo consulta da reportagem em duas unidades no centro da capital.

Economista da Ceagesp, Flávio Godas aponta chuva em excesso e intervalo entre as safras como os principais responsáve­is pela mudança. “O preço já caiu nesta primeira semana de novembro. A tendência é que caia ainda mais nos próximos dias.” O produto subiu 96,1% em outubro, diz a Ceagesp.

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