Globo da morte
O trânsito brasileiro tira a vida de uma pessoa a cada 12 minutos. Esse massacre gerou em 2016 mais de 37 mil mortes.
Além de tragédias pessoais e familiares, essa violência custa uma fortuna para o país. Os acidentes geram, todo ano, um prejuízo de até R$ 52 bilhões em gastos de saúde, previdência e perda de atividade econômica.
Enfrentar esse problemão é tarefa da qual o novo governo não pode fugir. Um ponto que merece atenção especial é a questão das motos.
Elas se popularizaram muito nos últimos anos, principalmente no Norte e no Nordeste, e estão por trás do maior número de vítimas. Em 2016, um terço das mortes no trânsito foram de motociclistas.
Um dos locais em que esse quadro fica mais grave é no Ceará, que tem a maior proporção de indenizações por mortes e feridos no trânsito com relação à frota.
A situação é pior no interior. No Hospital Regional do Cariri, que recebe pacientes de 45 municípios cearenses, 13% dos 19 mil atendimentos de emergência realizados até setembro são de acidentes nas vias. E a maioria deles é de motociclistas.
Diminuir a mortalidade desses motoristas, com razão, é um dos pontos do Plano Nacional de Redução de Mortes e Lesões no Trânsito, aprovado neste ano.
O objetivo é reduzir em 50% o número óbitos até 2028. O documento estabelece diversas ações de órgãos de transporte, saúde, justiça e educação. Planos como esse foram o ponto de partida para muitos países reduzirem suas mortes em ruas e estradas.
Para seguirmos esse exemplo, é crucial que nossos gestores públicos se esforcem para botar o programa em prática e mantenham vigilância com relação a suas metas. Grupo Folha