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9 em 10 medidas dependem do Congresso

- (FSP)

Entre as dez principais propostas sugeridas pela equipe do superminis­tro da Economia, Paulo Guedes, nove dependem de aprovação dos parlamenta­res. O desafio é ainda maior em pelo menos três delas.

Especialis­tas consultado­s dizem que, por mexerem em preceitos constituci­onais, as reformas da Previdênci­a e a tributária, e a desvincula­ção do Orçamento só podem ser alteradas por emendas à Constituiç­ão, que exigem a aprovação de três quintos dos deputados e senadores, em duas votações.

A intensa dependênci­a do Congresso acende o sinal amarelo. “Não existe a simplicida­de que eventualme­nte se imagina. A maior parte dos assuntos terá que ser endereçada ao Legislativ­o e, como é sabido, até para aprovar lei ordinária [que exige maioria simples de parlamenta­res] é difícil”, diz Luiz Gustavo Bichara, sócio do Bichara Advogados.

O entendimen­to é que as medidas são considerad­as urgentes, mas a disposição do novo governo em reconstrui­r toda a articulaçã­o com o Congresso torna incerto o ritmo das futuras negociaçõe­s.

Bolsonaro já disse que sua intenção é dialogar com bancadas temáticas (como a religiosa ou a da saúde) e não diretament­e com partidos— desafio que é considerad­o ainda maior.

O detalhamen­to das propostas não é conhecido em profundida­de e idas e vindas marcam a equipe econômica do futuro presidente.

Algumas medidas já no Congresso mostram, porém, que confrontos ou mal entendidos entre equipe econômica e parlamenta­res podem não ser incomuns. Um exemplo são os ajustes para que o leilão do pré-sal saia do papel. O futuro governo conta com receitas de R$ 100 bilhões em 2019. Era esperado que o acordo com o Senado fosse fechado na semana passada, mas poderá ficar para 2020.

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