Bolsonaro acabará com Ministério do Trabalho
Presidente eleito vai dividir atribuições entre três pastas; governo atual fez críticas à decisão
O presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), vai acabar com o Ministério do Trabalho e dividir suas atribuições entre três outros: Economia, Justiça e Cidadania. O atual governo vê atentado contra a Constituição. “O Ministério do Trabalho passa a estar contido, majoritariamente, no Ministério da Justiça [de Sergio Moro]”, disse ontem o futuro ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni.
“Lá estará a secretaria que cuida das cartas sindicais, que foi foco de problema. Vai estar sob controle de Moro.”
Os problemas citados pelo futuro ministro tratam de suspeitas de corrupção no Ministério do Trabalho. A concessão das cartas sindicais foi alvo da Operação Registro Espúrio, da Polícia Federal, neste ano. Segundo Onyx, no Ministério da Economia, de Paulo Guedes, ficará a parte do Trabalho responsável pela gestão do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço). Cidadania, pasta do futuro ministro Osmar Terra (MDB-RS), cuidará de temas como economia solidária e políticas públicas para emprego e renda.
A informação foi confirmada por Onyx em Brasília e antecipada em entrevista concedida por ele à rádio Gaúcha. À rádio, o futuro ministro disse ainda que o combate ao trabalho escravo deverá ficar com Moro.
A decisão de acabar com Trabalho trata-se de uma mudança em relação ao que havia afirmado Bolsonaro em novembro, que negou o fim do ministério.