Presidenciáveis da Câmara tentam barrar oposição
Em aceno ao presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), os principais cotados atualmente na disputa pela presidência da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e João Campos (PRB-GO) querem mudar as regras da Casa para facilitar a tramitação da agenda do novo governo.
Os dois disputam os votos da base bolsonarista para chegar ao comando da Câmara em fevereiro.
O chamado “kit obstrução” é um conjunto de ferramentas regimentais utilizada por opositores de algum projeto que estejam em minoria para tentar adiar ou dificultar a votação dos projetos.
Siglas como PT e PSOL já planejam estratégias para adiar ao máximo a agenda legislativa do governo Bolsonaro a partir de 2019. Ela incluirá uma série de projetos polêmicos, como a flexibilização do porte de armas e a reforma da Previdência.
Assim, a possibilidade de retirar do regimento interno da Casa as ferramentas de obstrução é vista como um aceno dos pré-candidatos à base bolsonarista, que crescerá na nova legislatura que se inicia em fevereiro.
Na quarta-feira, durante “cursinho” para os novos deputados, Maia criticou o regimento atual. “Nós já deveríamos ter feito uma revisão [do regimento]. Ele foi criado para um sistema do início da redemocratização, quando nos tínhamos basicamente dois partidos”, disse. “Hoje tem 20, 25, 23, dependendo do bloco.”
Já João Campos elencou a correligionários a “atualização” do regimento como uma de suas propostas.