Prefeitura admite não saber a situação real dos viadutos
Em documento oficial, chefe de gabinete alerta sobre riscos e fala em situação de emergência
A Prefeitura de São Paulo, gestão Bruno Covas (PSDB), admite desconhecer a real condição de uso dos 185 viadutos e pontes da cidade e, assim, definiu como urgente a realização de inspeção detalhada das estruturas.
O relato da gestão Bruno Covas (PSDB) foi registrado em ofício direcionado ao TCM (Tribunal de Contas do Município) para embasar o pedido de contratação emergencial de empresa (sem licitação) para realizar laudos detalhados das construções viárias.
O pedido ocorre após, em 15 deste mês, um viaduto ter cedido e interrompido o trânsito na pista expressa da marginal Pinheiros, próximo à ponte Jaguaré, na zona oeste. A prefeitura ainda não sabe dizer qual obra será necessária para a sustentação completa do viaduto.
No documento protocolado no dia 22, o chefe de gabinete da secretaria de Obras, Gláucio Penna, chama atenção para “a existência de risco à segurança de pessoas e obras, bem como da situação emergencial e cautela que o caso requer”. Ele ressalta que a maioria das pontes e viadutos da cidade tem mais de 30 anos e tem sido submetida ao longo das décadas só a vistoriais visuais.
Essa modalidade de inspeção é considerada insuficiente e “permite apenas a visualização superficial dos danos existentes na obra, não sendo possível algumas vezes identificar com clareza o seu real estado de conservação”, de acordo com o documento. A Secretaria de Obras citou como exemplo de falha na vistoria visual os casos do pontilhão sobre o rio Tamanduateí (centro), pontilhão sobre o córrego Maria Paula, no Tucuruvi (zona norte), e pontilhão na rua Dom Bernardo Nogueira, na Saúde (zona sul).
Na última sexta-feira, o secretário municipal de Obras, Vitor Aly, afirmou que todas as vistorias já realizadas em pontes e viadutos foram apenas visuais. Nunca houve, portanto, o aprofundamento de análise recomendado pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas).