Professores protestam contra reforma na previdência de SP
Projeto apresentado pela prefeitura prevê que a contribuição previdenciária passe de 11% para 14%
Professores e outros servidores públicos protestaram ontem à tarde contra a reforma da previdência municipal proposta pelo prefeito Bruno Covas (PSDB). A manifestação fechou várias ruas no entorno da Câmara Municipal, no centro de São Paulo.
O projeto de lei da reforma prevê aumento da alíquota de contribuição previdenciária dos servidores —ela passaria de 11% para 14%. O texto também cria o Sampaprev, que, na prática, viria substituir o atual Iprem (Instituto de Previdência Municipal) de São Paulo (veja quadro). Nos bastidores, os vereadores da situação trabalham para aprovar o projeto de lei até o dia 26.
Sindicatos estimaram que entre 15 mil e 20 mil servidores participaram do protesto, a maioria deles da educação. A PM calculou em 3.000 os manifestantes.
Os professores haviam convocado uma paralisação de um dia para participar do protesto. Ontem, o sindicato da categoria afirmou que 60% das escolas pararam. A prefeitura não informou quantos colégios não tiveram aula (leia texto abaixo).
O ponto de encontro foi em frente ao prédio da Câmara, no viaduto Jacareí. Com dois caminhões de som, representantes sindicais se dirigiam aos vereadores que votarão a reforma. Houve sessão na Câmara, que ficou com os portões encostados.
“Além de aumentar a contribuição, cria um regime de previdência complementar que, com certeza, trará uma insegurança muito grande”, disse o professor e presidente do Sinpeem (sindicato da educação municipal, Claudio Fonseca, que também é vereador pelo PPS.
A professora Tatiana Gonçalves de Almeida, 40 anos diz que a categoria não aceita nenhum tipo de recolhimento no salário. “É mais um confisco salarial nas costas dos servidores públicos.”
Ao final, os manifestantes foram até a sede da prefeitura. Novo protesto está marcado para o dia 21.