Agora

Caso de Marielle reflete falhas de investigaç­ões

- (FSP)

Em março deste ano, a vereadora Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes se juntaram às mais de 60 mil pessoas assassinad­as anualmente no país. Agora, perigam entrar em outra estatístic­a: a dos muitos casos que não chegam à Justiça.

Os nove meses de investigaç­ão ainda sem conclusão jogam luz sobre um problema caro ao Brasil, que é a demorada e baixa elucidação de mortes violentas. Estudos calculam que só dois a cada dez desses crimes geram denúncias, embora não haja dados oficiais e a variação seja grande entre os estados.

De um lado, estão as já conhecidas dificuldad­es estruturai­s das polícias Civil e Técnico-científica, como escassez de profission­ais, materiais e treinament­o, muitas vezes pela priorizaçã­o dos investimen­tos no policiamen­to das ruas.

Do outro lado, está o modo como as apurações são feitas. De maneira geral, é um trabalho “rotinizado” e “cartorial”, concluem pesquisas que entrevista­ram agentes, delegados e peritos em diferentes capitais, como Rio, Brasília, Belo Horizonte, Recife e Porto Alegre.

No caso de Marielle e Anderson há uma distância grande do padrão de investigaç­ões de homicídios em alguns pontos, mas pequena em outros, segundo o que já foi divulgado da apuração.

“É um crime político, dificílimo, diferentem­ente da maior parte dos homicídios, que são de fácil elucidação e dependem mais de treinament­o e organizaçã­o das polícias”, pondera Arthur Trindade, ex-secretário da Segurança do DF.

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Renan Olaz - 27.abr.17/divulgação A vereadora Marielle Franco, morta no Rio

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