Bolsonaro diz que poderá ‘usar caneta Biic’’ contra Onyx
Afirmação de eleito é sobre se houver ‘prova robusta’ contra o futuro chefe da Casa Civil
O presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), sugeriu que ontem poderá demitir o futuro chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, se houver denúncia robusta contra ele.
“Olha só, havendo qualquer comprovação obviamente ou uma denúncia robusta contra quem quer que seja do meu governo que esteja ao alcance da minha caneta Bic, ela será usada”, afirmou Bolsanaro.
A declaração é uma resposta a questionamento feito sobre uma fala de seu vice, general Hamilton Mourão.
Em Belo Horizonte, Mourão disse que Onyx teria de deixar o governo se for provado que ele cometeu ato ilícito.
O futuro chefe da Casa Civil de Bolsonaro se tornou alvo de uma investigação aberta no STF (Supremo Tribunal Federal) a pedido da Procuradoria-geral da República, na terça-feira por suspeita de ter recebido caixa dois.
Ele foi apontado em acordos de delação da empresa JBS, dona da marca Friboi, como beneficiário de dois repasses não declarados como doações de campanha. Um deles de R$ 100 mil ocorreu em 2014, e outro, de R$ 100 mil, foi em 2012.
Onyx já admitiu em entrevista ter recebido R$ 100 mil da JBS em 2014 e pediu desculpas. Ele, contudo, nega a segunda acusação, revelada pelo jornal Folha de S.paulo em novembro.
Magno Malta
Na reta final da formação de sua equipe de governo, Bolsonaro afirmou ontem que ainda não escolheu o futuro ministro de Direitos Humanos. Ele diz que Damares Alves, advogada e assessora do senador Magno Malta (PR-ES), é apenas um nome, mas que não há definição.
O presidente eleito negou que haja qualquer animosidade com o fato de Magno Malta não ter sido escolhido por ele para ocupar nenhum de seus ministérios.
Logo depois do segundo turno das eleições, o senador, que não se reelegeu, se apresentava como nome forte que seria escalado para compor o primeiro escalão do próximo governo.
“As portas estão abertas para ele. A questão de possível ministério, não achamos adequado no momento. Ele pode estar ao meu lado e as portas nunca foram fechadas para ele. Se para todos amigos de campanha eu fosse dar ministério seria difícil da minha parte. Eu ofereci ser meu vice e ele achou melhor concorrer ao Senado e não se elegeu. Eu sou grato a ele. As portas da transição estão abertas para ele”, disse.