Grana de ex-assessor de Flávio Bolsonaro é suspeita
Desdobramento da Lava Jato apontou movimentação de R$ 1,2 milhão em conta de policial
Um relatório produzido pelo Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) em desdobramento da Operação Lava Jato no Rio de Janeiro indica movimentação financeira atípica de um exassessor do deputado estadual Flávio Bolsonaro (PSL), que é filho de Jair Bolsonaro e senador eleito.
A informação foi revelada pelo jornal O Estado de S. Paulo ontem.
O ex-assessor parlamentar e policial militar Fabrício José Carlos de Queiroz movimentou R$ 1,2 milhão entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017, de acordo com o relatório do órgão.
O Ministério Público Federal, responsável pela investigação, divulgou nota afirmando que a documentação anexada a essa etapa da Lava Jato, batizada de Furna da Onça, inclui relatório do Coaf sobre movimentações atípicas de profissionais da Assembleia Legislativa do Rio.
A Furna da Onça foi deflagrada há um mês e prendeu sete deputados da Assembleia do Rio, além de expedir novos mandados de prisão a outros três que já estavam detidos. Eles são suspeitos de receber mesada para apoiar o ex-governador do Rio Sérgio Cabral, condenado por corrupção.
Flávio Bolsonaro não estava entre os alvos da operação. Procurado, ele defendeu o ex-auxiliar. “Fabrício de Queiroz trabalha há mais de dez anos como segurança e motorista do deputado Flávio Bolsonaro, com quem construiu uma relação de amizade e confiança. O deputado não possui informação de qualquer fato que desabone sua conduta. No dia 16 de outubro de 2018, a pedido, ele foi exonerado do gabinete para tratar de sua passagem para a inatividade.”
Queiroz não foi encontrado. O chefe de gabinete de Flavio disse que não tem o número de telefone desde a exoneração, em outubro.
Os deputados Paulo Pimenta (PT-RS) e Paulo Teixeira (PT-SP) propuseram ontem à PGR (Procuradoria-geral da República) uma representação criminal contra Flávio Bolsonaro e Michelle.