Times da colônia espanhola duelam na sede da metrópole
Pega na mentira, pega na mentira, corta o rabo dela, pisa em cima, bate nela, pega na mentira.. Alô, povão, agora é fé! Era uma vez um continente muito engraçado, não tinha seriedade, não tinha organização, não tinha final de Libertadores, não tinha nada. Porque o que presta, tem público e dá lucro, desde o pau-brasil, passando pela cana de açúcar, mineração e, agora, jogador de futebol, é exportado para a metrópole. O que não presta ou não tem mercado fica para consumo interno. Na base do escambo. Em vez de espelho, como os indígenas catequizados na marra de outrora, ficamos com a sobra, com a escória.
Não são mais só os jogadores que vão ao Primeiro Mundo. Isso é coisa do passado. Agora, vai tudo: jogador, partida, competição. Tudo será em Madri. Mas os problemas ficam por aqui: os animais que atacaram o ônibus do Boca Juniors, os bandidos que usam o futebol, sejam eles torcedores ou cartolas, continuam mamando pela América. Há 500 anos, espanhóis e portugueses mandavam os presidiários para cá. Qual a novidade?
O surrealismo do futebol na América do Sul, um Brasil tamanho continente em que a armagedônica Conmebol faz as vezes da apocalíptica CBF, supera a fantasia mais pitoresca, bizarra, inverossímil e nonsense. Não há absurdo fictício que compita com a inacreditável (inacreditável com a pior carga semântica possível da expressão) realidade.
Pobre futebol sul-americano! Vendido como evento de segunda linha para Madri aplaudir.
River Plate x Boca Juniors, pela Libertadores (repito, Libertadores, não colonizadores) da América, em Madri? Sim, é verdade esse bilhete! Logo teremos um Flamengo x Palmeiras em Lisboa, ô, pá!
Eu sou o Vitor Guedes e tenho um nome a zelar. E zelar, claro, vem de ZL. É tudo nosso! É nóis na banca!