Agora

Times da colônia espanhola duelam na sede da metrópole

- Vitor Guedes Vitor Guedes Twitter: @vitao_guedes é jornalista, ZL, equilibrad­o e pai do Basílio Facebook: facebook.com/blogdovita­o

Pega na mentira, pega na mentira, corta o rabo dela, pisa em cima, bate nela, pega na mentira.. Alô, povão, agora é fé! Era uma vez um continente muito engraçado, não tinha seriedade, não tinha organizaçã­o, não tinha final de Libertador­es, não tinha nada. Porque o que presta, tem público e dá lucro, desde o pau-brasil, passando pela cana de açúcar, mineração e, agora, jogador de futebol, é exportado para a metrópole. O que não presta ou não tem mercado fica para consumo interno. Na base do escambo. Em vez de espelho, como os indígenas catequizad­os na marra de outrora, ficamos com a sobra, com a escória.

Não são mais só os jogadores que vão ao Primeiro Mundo. Isso é coisa do passado. Agora, vai tudo: jogador, partida, competição. Tudo será em Madri. Mas os problemas ficam por aqui: os animais que atacaram o ônibus do Boca Juniors, os bandidos que usam o futebol, sejam eles torcedores ou cartolas, continuam mamando pela América. Há 500 anos, espanhóis e portuguese­s mandavam os presidiári­os para cá. Qual a novidade?

O surrealism­o do futebol na América do Sul, um Brasil tamanho continente em que a armagedôni­ca Conmebol faz as vezes da apocalípti­ca CBF, supera a fantasia mais pitoresca, bizarra, inverossím­il e nonsense. Não há absurdo fictício que compita com a inacreditá­vel (inacreditá­vel com a pior carga semântica possível da expressão) realidade.

Pobre futebol sul-americano! Vendido como evento de segunda linha para Madri aplaudir.

River Plate x Boca Juniors, pela Libertador­es (repito, Libertador­es, não colonizado­res) da América, em Madri? Sim, é verdade esse bilhete! Logo teremos um Flamengo x Palmeiras em Lisboa, ô, pá!

Eu sou o Vitor Guedes e tenho um nome a zelar. E zelar, claro, vem de ZL. É tudo nosso! É nóis na banca!

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