O árduo caminho do sucesso
Vida de atleta definitivamente não é nada fácil. Desde que escolhe em qual modalidade vai competir, ele passa a viver em função do esporte, treinando horas por dia e forçando seu corpo ao limite. Então, o que pensar de alguém que treina por anos e, do nada, aceita mudar para outra modalidade totalmente diferente, em uma superfície distinta e com equipamentos que nunca usou?
Pois é justamente isso o que aconteceu com 22 atletas chineses neste ano. Como a China foi escolhida para sediar os Jogos Olímpicos de Inverno de 2022, em Pequim, o governo resolveu agir para que o país surpreenda novamente, como fez nos Jogos de 2008, na mesma cidade, quando dominou o quadro geral de medalhas com 47 ouros, 17 pratas e 26 bronzes.
E o primeiro passo foi escolher 22 atletas olímpicos entre 15 e 20 anos para iniciar do zero o aprendizado do salto de esqui, uma das provas mais tradicionais da Olimpíada na neve, em que cada competidor desce uma montanha em velocidade e depois salta mais de 100 m antes de aterrissar numa área determinada. Sem cair, claro. Assim, os 22 escolhidos aceitaram o desafio.
O professor contratado para ensinar os principiantes não poderia ser melhor: a Noruega, país criador da modalidade e que conquistou nada mais nada menos que dez das 11 medalhas de ouro possíveis nos Jogos de Pyeongchang-18.
Agora imagine os chineses morando numa cidade pequena da Noruega e treinando três vezes por dia um esporte que nunca disputaram. Essa imagem já pode ser vista há um mês em Oyer, justamente o centro de treinos da poderosa seleção norueguesa. Os próximos quatro anos certamente não serão fáceis para essa turma. Por isso, se não conseguirem subir ao pódio, pelo menos não devem fazer feio em casa.