Terrorista espanhol era motorista de aplicativo em SP
Homem de 63 anos foi preso na zona oeste anteontem. Ele foi condenado por matar 5 na Espanha
A Polícia Federal prendeu anteontem, em São Paulo, um ultradireitista espanhol procurado internacionalmente por sua participação em um ato terrorista em Madri (ESP), em 1977.
Carlos García Juliá, 63 anos, foi preso, segundo a polícia, em uma rua na Barra Funda (zona oeste). Ele disse à polícia que estava trabalhando no Brasil como motorista de aplicativo.
García Juliá foi condenado em 1980 a 193 anos de prisão pela morte de três advogados, um estudante de direito e um funcionário administrativo na rua Atocha, centro de Madri. O ataque ocorreu dois anos após a morte do ditador Francisco Franco, em meio à redemocratização espanhola.
Ontem, em São Paulo, o policial espanhol Jorge Garrigos Juarez disse que García Juliá recebeu liberdade condicional temporária em 1991 e permissão para viajar ao Paraguai, onde recebeu uma oferta de emprego. Ele desapareceu pouco depois, quando a Espanha revogou o benefício e ordenou seu retorno imediato ao país.
Juarez disse que o espanhol também teria morado na Argentina, na Venezuela e na Bolívia antes do Brasil.
O chefe da PF em São Paulo, Disney Rosseti, afirmou que a Espanha deve pedir a extradição de García Juliá. Enquanto isso, ele está sob a custódia da PF em uma cela.
De acordo com Rosseti, o espanhol vive no Brasil ao menos desde 2001, quando ele entrou no país com documentos venezuelanos usando o nome de Genaro Antonio Flores Mategran. Ele teria entrado no país por Roraima.
A polícia começou a investigar o espanhol quando ele não renovou seu visto temporário de residência, requisitado em 2009 e expirado em 2011.