Agora

Trabalhado­r pobre não consegue benefício por tempo de contribuiç­ão

- (FSP)

Pelas regras atuais do INSS, quem não consegue se manter num emprego com carteira assinada por um longo prazo tem que se aposentar por idade, num patamar próximo do mínimo estudado pela equipe econômica.

Quando um idoso pobre (65 anos) não atinge nem os 15 anos mínimos de contribuiç­ão exigidos, ele acaba recebendo um auxílio assistenci­al —o BPC (Benefício de Prestação Continuada)— no valor do salário mínimo.

“Os mais pobres já se aposentam numa idade mais elevada”, diz o secretário­adjunto de Previdênci­a, Leonardo Rolim.

Nos estados mais pobres, mesmo aquelas pessoas que conseguem atingir os critérios da aposentado­ria por tempo de contribuiç­ão, acabam se aposentand­o mais tarde que nas regiões mais desenvolvi­das.

O governo precisará alinhar bem a base no Congresso para aprovar a reforma, que depende do aval de três quintos da Câmara e do Senado. Os estados mais afetados foram grandes eleitores de Bolsonaro.

Integrante do conselho consultivo criado por Paulo Guedes para a reforma, o economista Paulo Tafner defende que a criação da idade mínima é questão de justiça social. “Para os mais pobres, a idade de aposentado­ria é alta e para ricos, baixa. O sistema transfere muito mais dinheiro para quem tem mais renda. Essa desigualda­de mostra que a Previdênci­a tem problema e que é preciso fazer mudanças.”

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