Agora

TV força a reorganiza­ção das finanças dos clubes

- João gabriel

Começa neste ano um novo modelo de transmissã­o do Brasileiro. A novidade é a entrada do Esporte Interativo como concorrent­e da Rede Globo na TV fechada.

Também foi alterada a distribuiç­ão das receitas de TV. Assim, os clubes precisarão se adaptar financeira­mente.

Para TV aberta e fechada, a Globo acordou o pagamento de, respectiva­mente, R$ 600 milhões e R$ 400 milhões anuais. Desse valor, 40% será dividido igualmente entre os times, 30% de acordo com a classifica­ção final na tabela e 30% proporcion­almente aos jogos transmitid­os.

Do dinheiro arrecadado com o pay-per-view (PPV), 38% será revertido aos clubes, de acordo com o tamanho de cada torcida.

No modelo antigo, os contratos com a Globo eram de valor fixo, parcelado igualmente nos 12 meses do ano.

Agora, a quantia por desempenho será paga ao final do torneio, e a referente às transmissõ­es, mensalment­e, a partir do seu início.

Assim, até abril, os clubes receberão somente pelo PPV e pela fatia igualitári­a.

Sob a perspectiv­a de um orçamento mais apertado no começo da temporada, foi feito um ajuste, a pedido dos clubes, para que 3/4 do valor comum a todos sejam pagos de janeiro a junho.

Mesmo assim, até maio, a verba mensal oriunda dos direitos de TV deve ser menor que no modelo antigo.

Flamengo e Corinthian­s, por exemplo, levaram R$ 14 milhões por mês em 2018. Com o novo modelo, a quantia seria de R$ 3,9 milhões por mês. Quem deve ver um aumento na renda desde o início, além dos promovidos, são equipes como Chapecoens­e e Ceará, que tinham contratos baixos com a Globo e passarão a receber, sem o PPV, R$ 3,4 milhões. A diferença em relação a Fla e Timão se dá pelas placas.

Quem aparecer mais na televisão tende a equilibrar as contas mais rapidament­e.

A salvação vem em dezembro, nas receitas por desempenho: R$ 11 mi para o 16º e R$ 33 mi para o campeão.

Para o consultor financeiro Cesar Grafietti, a mudança “pressiona o caixa no 1º semestre”. “Como parte [das receitas] é variável e incerta, é difícil ter adiantamen­tos.”

Os parceiros do Esporte Interativo também terão que se reorganiza­r: receberão 50% dos R$ 520 milhões, divididos igualmente, até julho e a outra metade —pela audiência e colocação final— no final do campeonato.

“Os clubes que assinaram com a Turner foram penalizado­s na TV aberta. Desta forma, tendem a ter valores parecidos [com os clubes da Globo]”, diz Grafietti.

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