Dobrando a esquina
Medo. Incerteza. Insegurança.
O milionário J. P. do Prado não escondia sua preocupação.
–Este país não tem jeito.
Sua mansão sofrera algumas tentativas de assalto. Veio a notícia. O presidente quer facilitar a posse de armas.
Era triste o sorriso do grande magnata.
–Fuzil russo pode também?
J.P. tomou o último gole de uísque. –Depois, não é só isso. O suspiro veio do fundo da alma.
–O brasileiro não tem cultura.
A decisão estava tomada. –Portugal. O voo era de jato particular.
No caminho, a má notícia.
Alagamentos. Enxurradas. Inundações.
Numa esquina, uma visão.
–Vamush em frént, marinháirush.
Era uma caravela. Com o fantasma de Pedro Álvares Cabral.
–Dubrandu ul cáb du Boua Shperánsse.
Conforme o tempo, não há nenhuma terra à vista.
voltaire.souza@bol.com.br Marcelo Adnet e Marcius Melhem falam sobre a temporada final de “Tá no Ar: a TV na TV” e revelam os próximos planos