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Decreto é tímido para pró-armas, e aumenta violência, para críticos

- (FSP)

A alteração nas regras de posse de armas fez com que parte dos especialis­tas em segurança pública previssem a alta da criminalid­ade e da dificuldad­e na ação policial. Por outro lado, favoráveis à medida dizem que o texto é ainda tímido e deveria ser aprofundad­o por futuras mudanças na legislação.

“Especialis­tas que estudam a segurança no país têm reiterado com dados e pesquisas nacionais e internacio­nais que apontam que quanto mais armas disponívei­s, mais crimes e mais mortes”, diz o ex-secretário nacional de segurança pública Luiz Eduardo Soares.

A presença de mais armas na sociedade, afirma Soares, tornará mais graves os conflitos rotineiros que normalment­e não resultaria­m em mortes. “As armas passarão a ser usadas em casos de conflitos que normalment­e se esgotariam em si”, disse.

Entre os que são favoráveis, há quem veja o decreto tímido e defenda maior profundida­de do acesso às armas, permitindo também o porte de armas, quando se tem a autorizaçã­o para carregá-la, inclusive na rua.

“O maior problema na regulação vigente é hoje provar a necessidad­e da arma. Os índices de criminalid­ade são a maior prova da necessidad­e”, afirma Adilson Dallari, professor de direito na PUC.

“O decreto assume a veracidade dos fatos alegados [por quem quer ter uma arma] para sustentar a efetiva necessidad­e, mas que poderiam ser negados pela autoridade”, diz.

 ?? Bruno Kelly - 20.jun.18/reuters ?? ■ Policiais passam com um trator por cima de armas apreendida­s no Rio de Janeiro, em 2018
Bruno Kelly - 20.jun.18/reuters ■ Policiais passam com um trator por cima de armas apreendida­s no Rio de Janeiro, em 2018

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