Pacientes são internados em corredor no Mandaqui
Ao menos 48 pessoas estavam em situação precária ontem no hospital estadual da zona norte da capital
O pronto-socorro adulto do Conjunto Hospitalar do Mandaqui, na zona norte da capital, tem ao menos 48 pacientes internados em macas nos corredores, alguns deles há mais de uma semana. O hospital pertence à rede pública do estado, sob o governo João Doria (PSDB).
Sem nenhuma privacidade, os pacientes são medicados, avaliados por médicos e alimentados no local que é de passagem.
A reportagem do Agora esteve ontem no pronto-socorro e verificou a superlotação nos corredores. Muitos dos pacientes são idosos, e seus acompanhantes ficam em cadeiras. Alguns estão internados na área de medicação e se recuperam em cadeiras, pois não há lugar para macas.
Na medicação, a reportagem encontrou um jovem de 25 anos internado desde anteontem com suspeita de tuberculose. Ele estava deitado na cadeira e usava uma máscara no rosto. “Eles disseram que não tem quarto pra ele. A situação está precária”, disse a mãe do rapaz, que preferiu não se identificar.
A babá Regina da Silva, 43 anos, também estava internada na área de medicação desde a manhã de ontem. Mas ela chegou na noite anterior para tratar dos dedos da mão esquerda, que estavam todos roxos e gelados. “É uma vergonha isso”.
A desempregada Camila Albuquerque, 29, reclamou da situação da mãe, a comerciante Marlene Albuquerque, 69, internada no corredor do PS desde a madrugada de sábado, após cair e fraturar o fêmur. Ela ainda não sabe se a mãe precisará fazer cirurgia.
Segundo Camila, a mãe amanheceu anteontem com a mesma roupa do dia anterior, toda urinada e assada. “Eu entendo a situação [da lotação do hospital], mas minha precisa de cuidados também” afirmou.