Porte de armas não deverá ser discutido tão rápido
Governo Bolsonaro avalia que assunto pode atrapalhar a aprovação da reforma da Previdência Social
Brasília Após dar aval ao decreto que facilita a posse de armas no país, o governo de Jair Bolsonaro quer mais tempo para aprovar mecanismos que flexibilizem o porte de armamentos. O porte não entrou no decreto assinado na terça-feira, porque isso poderia gerar questionamentos judiciais.
Auxiliares próximos do presidente acreditam que a discussão sobre o direito de carregar armas na rua —o porte— é mais delicada e deve ser feita junto com o Congresso. Além disso, é preciso focar as articulações com os parlamentares para a aprovação da reforma da Previdência, hoje principal bandeira da equipe econômica pelo ministro Paulo Guedes.
O temor desses assessores é que duas propostas controversas —o porte de armas e as mudanças nas regras para aposentadoria— sejam debatidas ao mesmo tempo no Legislativo, prejudicando suas tramitações. A ideia do governo é que Bolsonaro e sua tropa mantenham o discurso público favorável ao porte de armas. Caso seja positivo, podem tentar construir acordo para o projeto.
Na terça-feira, por exemplo, o presidente prometeu avançar nas discussões sobre porte e redução da idade mínima para a compra de armas, hoje em 25 anos.
“Após voltarmos de Davos (Fórum Econômico na Suíça), continuaremos conversando com os ministros, para que juntos, evoluamos nos anseios dos CACS (colecionador, atirador, desportista ou caçador), porte, monopólio e variações sobre o assunto, além de modificações pertinentes ao Congresso, como redução da idade mínima”, escreveu Bolsonaro no Twitter.
Em entrevista à Globonews na terça, o ministro da Justiça, Sergio Moro, afirmou que “não há nenhum movimento” em sua pasta para debater o porte de armas e que, se houver qualquer proposta nesse sentido, é preciso “ser muito bem estudada”, porque o tema é “delicado”.