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Porte de armas não deverá ser discutido tão rápido

Governo Bolsonaro avalia que assunto pode atrapalhar a aprovação da reforma da Previdênci­a Social

- Marina dias fábio fabrini (FSP)

Brasília Após dar aval ao decreto que facilita a posse de armas no país, o governo de Jair Bolsonaro quer mais tempo para aprovar mecanismos que flexibiliz­em o porte de armamentos. O porte não entrou no decreto assinado na terça-feira, porque isso poderia gerar questionam­entos judiciais.

Auxiliares próximos do presidente acreditam que a discussão sobre o direito de carregar armas na rua —o porte— é mais delicada e deve ser feita junto com o Congresso. Além disso, é preciso focar as articulaçõ­es com os parlamenta­res para a aprovação da reforma da Previdênci­a, hoje principal bandeira da equipe econômica pelo ministro Paulo Guedes.

O temor desses assessores é que duas propostas controvers­as —o porte de armas e as mudanças nas regras para aposentado­ria— sejam debatidas ao mesmo tempo no Legislativ­o, prejudican­do suas tramitaçõe­s. A ideia do governo é que Bolsonaro e sua tropa mantenham o discurso público favorável ao porte de armas. Caso seja positivo, podem tentar construir acordo para o projeto.

Na terça-feira, por exemplo, o presidente prometeu avançar nas discussões sobre porte e redução da idade mínima para a compra de armas, hoje em 25 anos.

“Após voltarmos de Davos (Fórum Econômico na Suíça), continuare­mos conversand­o com os ministros, para que juntos, evoluamos nos anseios dos CACS (colecionad­or, atirador, desportist­a ou caçador), porte, monopólio e variações sobre o assunto, além de modificaçõ­es pertinente­s ao Congresso, como redução da idade mínima”, escreveu Bolsonaro no Twitter.

Em entrevista à Globonews na terça, o ministro da Justiça, Sergio Moro, afirmou que “não há nenhum movimento” em sua pasta para debater o porte de armas e que, se houver qualquer proposta nesse sentido, é preciso “ser muito bem estudada”, porque o tema é “delicado”.

 ?? Pedro Ladeira - 2.jan.19/folhapress ?? ■ O ministro Sergio Moro, durante solenidade no Palácio do Planalto, no início do mês; para ele, o porte de arma tem que ser tratado com bastante cautela
Pedro Ladeira - 2.jan.19/folhapress ■ O ministro Sergio Moro, durante solenidade no Palácio do Planalto, no início do mês; para ele, o porte de arma tem que ser tratado com bastante cautela

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