Derrotados gastaram R$ 400 mil após eleição
Deputados federais não reeleitos que vão trabalhar no segundo escalão do governo Bolsonaro usaram R$ 400 mil dos cofres da Câmara após o fracasso nas urnas, a título de divulgação das ações de seus mandatos.
Os dois que mais gastaram direcionaram verbas em torno de R$ 92 mil, cada um, para empresas que trabalharam em suas campanhas.
Leonardo Quintão (MDBMG), segundo notas fiscais apresentadas, declarou ter usado o dinheiro para imprimir informativos de medidas provisórias votadas pelo Congresso, como a que tratou do financiamento para as Santas Casas.
A empresa contratada é a Gráfica Pampulha, a mesma que lhe prestou serviços eleitorais ao custo de R$ 475,6 mil. Ele se candidatou à reeleição, mas fracassou nas urnas. Agora, trabalhará na Casa Civil auxiliando o ministro Onyx Lorenzoni.
O deputado não respondeu às perguntas feitas.
Um dos principais aliados de Bolsonaro durante a campanha, o deputado Carlos Manato (PSL-ES) também está na equipe de Onyx.
Ele perdeu a disputa para o governo do Espírito Santo e, após a derrota, gastou R$ 92 mil na empresa Gráfica e Editora JEP para a confecção de 100 mil exemplares de jornais de divulgação de seu mandato, 32 mil a mais do que o número de eleitores que votaram nele em 2014.
A empresa fez trabalhos para a campanha do deputado ao governo do estado, ao custo declarado de R$ 342 mil. O candidato derrotado acabou ficando com dívidas eleitorais com a gráfica, mas diz que ela está registrada na Justiça Eleitoral em nome do seu partido, que assumiu o compromisso de quitar o débito em março.
Ele nega relação entre o que foi feito na eleição e o trabalho para o seu mandato, na Câmara.