Agora

Supercopin­ha

- Luís Marcelo Castro

Criada em 1969, a Copa São Paulo juniores sempre recebeu críticas, seja pelo aumento incontrolá­vel de participan­tes, pelos times de empresário­s, horários ridículos (jogos às 21h45 de domingo? Sério?), sistemas de disputa absurdos (como a “ressurreiç­ão” do Bragantino em 2017) etc. Apesar disso, é um torneio querido por todos —torcedores, jornalista­s, treinadore­s, clubes e, especialme­nte, pela molecada que vem dos cafundós em busca de um futuro no futebol.

Todos os anos jovens promessas são reveladas, do colorado Falcão, nos anos 70, ao flamenguis­ta Vinícius Júnior, em 2017. Também não faltam histórias emocionant­es de equipes que passam o Ano-novo em algum posto de beira de estrada até chegar a São Paulo. Sobram episódios curiosos como o “gato” do Paulista, “Zé da Medalha” Marin afanando a premiação de um corintiano, Palmeiras x Palmeiras etc.

A atual edição, porém, parece especial. Ficarão marcados o apelo do técnico Oziel Moreira, do Galvez, pedindo ajuda para a delegação voltar para o Acre, já que nem o clube esperava chegar ao mata-mata; o brilho nos olhos dos jogadores ao conhecer o Allianz e a solidaried­ade do Verdão, que ajudou os acrianos a sorrir e voltar para casa.

Até mesmo os apelidos pitorescos dos garotos, parte do folclore da Copinha, estão mais ousados em 2019: Papai, Bodão, Orelha, Amém, Espiga, Marrento, Rodinha, Mickey, Cacimbinha, Barata, Avatar, Kibe, entre outros.

Houve ainda presidente cortando o cabelo para pagar promessa, carrinho da maca passando por cima do pé de jogador lesionado, garoto cornetando “o professor que mexeu errado”... E faltam oito dias para a final!

Apesar da ansiedade pelo início dos Estaduais, não poderia haver maneira mais alegre e democrátic­a para começar o ano esportivo no Brasil.

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