O turismo do ministro
Não se discute que políticos de partidos tradicionais, como o MDB, o PT e o PSDB, se meteram em grandes escândalos nos últimos anos. Mas isso não pode limpar a barra de gente nova que aparece em casos envolvendo menos grana.
Não dá para tolerar desvio de dinheiro do contribuinte ou recebimento de favores indevidos, seja em bilhões, milhões ou milhares de reais.
Por isso chama a atenção a cara de paisagem com que o governo Jair Bolsonaro (PSL) vem tratando as primeiras suspeitas de malfeitos praticados por figurões da Esplanada.
A mais incômoda atinge o próprio presidente e seu filho Flávio, amigos de um exassessor parlamentar envolvido em transações financeiras mal explicadas no Rio de Janeiro.
Agora quem está na berlinda é o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio (PSLMG). Como noticiou o jornal Folha de S.paulo, há evidências de que ele organizou um esquema de candidaturas de fachada para distribuir grana pública das eleições.
Em vez de se explicar, o ministro recorreu à velha conversa de que a imprensa está contra o governo. Mau sinal.
Sergio Moro, da Justiça, disse que o caso vai ser investigado ‘se surgir a necessidade‘. O vice-presidente, Hamilton Mourão, pelo menos disse que toda denúncia precisa ser investigada. Mas isso não quer dizer muita coisa.
O porta-voz do Planalto, general Otávio Rêgo Barros, se saiu com a conversa de que o assunto só diz respeito a Álvaro Antônio —como se o ministro estivesse no governo a turismo. Grupo Folha