Agora

Licitação de ônibus sai sem renovação de empresas

Em apenas em um dos 33 lotes haverá mais de uma viação para a concorrênc­ia de R$ 71 bilhões

- Arthur rodrigues (FSP)

A gestão Bruno Covas (PSDB) conseguiu abrir os envelopes da licitação do sistema de ônibus municipal ontem, iniciando um processo que vinha sendo adiado desde 2013. Isso, porém, não vai gerar renovação, uma vez que as empresas que participam da concorrênc­ia são controlada­s pelos mesmos grupos que já prestam serviços na cidade.

Maior licitação do país na área, —R$ 71 bilhões para 20 anos—, o certame travou várias vezes por decisões judiciais e do TCM (Tribunal de Contas do Município).

Atualmente, esse sistema funciona com contratos emergencia­is, mais custosos e menos exigentes em relação às empresas de ônibus.

Agora, a finalizaçã­o do processo ainda pode durar três meses, na análise de documentos e habilitaçã­o.

De 33 lotes em que se divide a licitação, em apenas um haverá concorrênc­ia de fato —as empresas Transunião e Imperial que disputam o direito de atuação na região de São Miguel Paulista (zona leste de SP).

Nos demais, há só uma empresa habilitada por lote, ou seja, sem concorrênc­ia, e trata-se de viações pertencent­es aos mesmos grupos que já atuam na cidade.

Um exemplo é o caso da Via Sul, que tem entre os sócios as famílias Ruas Vaz e Abreu, que dominam o transporte coletivo na capital há décadas. A empresa não aparece na licitação, mas foi substituíd­a pela Via Sudeste, uma subsidiári­a, entre as concorrent­es.

Constituíd­a neste ano, a Viação Metrópole, também concorrent­e única em outro lote, é da família Abreu.

A prática de mudança de nome é apontada por especialis­tas do setor como uma medida para se iniciar um novo contrato com empresa sem passivos trabalhist­as e tributário­s.

Entre as que já prestam serviço hoje e mantêm o nome nesta licitação estão empresas como a Gatusa e a Sambaíba.

Alguns pontos que limitam os concorrent­es e a renovação estão o fato de as atuais empresas já terem garagens na cidade (cujos terrenos são caros) e o prazo para início das operações, de 120 dias, considerad­o baixo para comprar novos ônibus.

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