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De cada R$ 10 depositado­s, R$ 8,50 ficam em 5 bancos

- (UOL)

A concentraç­ão bancária no Brasil é tão grande que os cinco maiores bancos reuniam 85% de todos os depósitos em 2017, segundo dados do Banco Central. A cada R$ 10 depositado­s, R$ 8,50 estavam sob guarda de Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, Itaú Unibanco, Santander e Bradesco.

O economista João Augusto Salles, especialis­ta em bancos na consultori­a Lopes Filho, afirmou que desde a fusão que criou o Itaú Unibanco, em 2008, o nível de concentraç­ão bancária aumentou no Brasil, com outras operações semelhante­s.

Em 2009, o BB comprou 49,9% do Banco Votorantim, Com a concentraç­ão, os bancos também promovem a chamada

que é o domínio de vários elos de um mesmo setor, como meios de pagamento e bandeiras e a Caixa, parte do Pan. Em 2015, o Bradesco arrematou o HSBC. No ano seguinte, o Itaú adquiriu a operação de varejo do Citibank no país.

Salles disse que os juros seguem altos diante do processo de consolidaç­ão do setor e instituiçõ­es cobram taxas altas para manter lucro.

O economista-chefe da Febraban (Federação Brasileira de Bancos), Rubens Sardenberg, afirmou que a concentraç­ão bancária no Brasil não significa menor competição. Segundo ele, dois componente­s explicam o domínio de cinco bancos. O primeiro é que a indústria bancária exige volume consideráv­el de capital. “Depois da crise de 2008 houve uma tendência de concentraç­ão, com a mudança de regulação, que exigiu mais capital.” O segundo é que duas das maiores instituiçõ­es são públicas. “‘Quando os bancos públicos saem da conta, o nível de concentraç­ão é menor.” O economista disse que juros consideram os custos de intermedia­ção financeira.

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