Empreiteiro pagou propina a irmão de Toffoli
O ex-presidente da OAS Léo Pinheiro, preso em Curitiba (PR) pela Operação Lava Jato, disse em delação premiada que pagou propina e também repassou dinheiro em caixa dois de campanha para José Ticiano Dias Toffoli, exprefeito de Marília (435 km de SP) pelo PT.
Ticiano é irmão do ministro José Antonio Dias Toffoli, atual presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), que não é citado por Léo Pinheiro no termo da delação a que a reportagem teve acesso.
Além de Ticiano Toffoli, o empreiteiro disse que o sucessor dele na Prefeitura de Marília, o atual deputado estadual paulista eleito Vinicius Camarinha (PSB), também exigiu propina para a OAS.
A propina teria partido de uma obra de saneamento que estava parada e seria assumida pela empreiteira, em 2011. “Foi solicitada vantagem indevida no valor de R$ 1 milhão com a finalidade de comprar a renúncia do então prefeito do município de Marília, Mário Bulgareli (PDT)”, disse Léo Pinheiro em sua delação. A OAS, segundo Pinheiro, topou o acordo e providenciou o pagamento da propina para a troca no comando da Prefeitura de Marília. Além de Ticiano Toffoli, Sojinha também era filiado ao PT.
A reportagem falou com o advogado de José Ticiano Tofolli, Samuel Castanheira. Ele se comprometeu a falar com seu cliente e retornar a ligação, mas não fez novo contato, apesar de novas tentativas da reportagem.
A reportagem falou, também por telefone, com Antonio Carlos Guilherme de Souza Vieira, o Sojinha, que disse desconhecer o assunto. Ele disse que iria procurar seu advogado e ligar de volta, mas não retornou a ligação.
A defesa do ex-prefeito Mário Bulgareli disse que seu cliente não vai se manifestar antes de tomar conhecimento do caso oficialmente.