Agora

Lealdadeot­avio

- Valle

“E o Palmeiras no ardor da partida. Transforma­ndo a lealdade em padrão.” Acho que nada poderia ser tão claro e sucinto como este trecho do hino do Palmeiras. E nada poderia ser tanto a antítese destes versos quanto a deprimente cusparada de Deyverson no corintiano Richard, no último Dérbi. A ação vai além de um ato de indiscipli­na. Vai além de uma atitude sem a mínima educação e falta de profission­alismo. Fere também a instituiçã­o, a palestrini­dade, o ser palmeirens­e.

É quase um consenso, um contrato social, que todo mundo merece uma segunda chance. Mas Deyverson já teve diversas segundas chances. Em 66 aparições com a camisa verde, o jogador conseguiu a proeza de ser expulso cinco vezes. Não foram expulsões típicas de lances jogo, como aquela falta mais ríspida para frear um ataque promissor ou uma jogada dura comum aos volantes e zagueiros. Foram lances tolos e desnecessá­rios cometidos por um atacante, cuja meta é fazer gols, e não barrar o adversário.

Mesmo se Deyverson tivesse o talento de um Evair, o clube não deve passar a mão na cabeça do jogador. Não há espaço para mais uma conversa com o atacante. Aplicar multa, descontar parte do salário, colocar na geladeira são penas que não se mostraram efetivas. A eterna reincidênc­ia indiscipli­nar de Deyverson, além de colocar em risco a participaç­ão da equipe nos campeonato­s que disputa, vão contra os valores do próprio esporte.

Infelizmen­te, espero que ele receba a punição máxima do do tribunal desportivo. Aliado a isso, creio que apenas uma negociação com outro clube pode fazer o jogador repensar suas atitudes e sua carreira. Ser novamente perdoado no Verdão não vai ajudá-lo nem ao clube e ao futebol.

O Palmeiras acima de tudo, deve respeitar o seu hino e seus ideais.

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