Passageiros temem fim dos créditos do vale-transporte
Medo de trabalhadores é que a grana depositada nos bilhetes se encerre ante do fim do mês
Passageiros que utilizam vale-transporte na capital foram surpreendidos nesta terça-feira com o aumento no preço da passagem, que passou de R$ 4,30 para R$ 4,57. A decisão foi tomada pelo STJ (Supremo Tribunal de Justiça) no início do mês, último dia 9, e entrou em vigor na segunda-feira (19) e foi informada aos usuários por cobradores.
O STJ derrubou liminares que proibiam as mudanças.
As alterações afetam só o vale-transporte, e não a tarifa comum do Bilhete Único. Porém, apesar do benefício ser pago pelas empresas, a falta de amplo aviso pela prefeitura, sob Gestão Bruno Covas (PSDB), sobre o aumento, preocupa usuários.
No início do mês, o valor mensal do vale-transporte depositado correspondia à tarifa de R$ 4,30. Com o aumento, passageiros temem que o benefício acabe antes do fim do mês e não seja reposto pelos patrões.
“Eu já tinha feito todo o planejamento financeiro de agosto. Agora, vou ter que arranjar mais dinheiro para pagar as últimas conduções e conseguir ir trabalhar. Não acho que a empresa vai cobrir essa diferença”, diz o ajudante geral Marcelo Matheus, 24 anos.
Ele costuma usar três conduções para chegar ao trabalho: dois ônibus e um metrô. Porém, com as mudanças (veja ao lado), o número de embarques permitidos para a integração da passagem diminuiu para apenas dois. Sendo assim, ele teve de adaptar a rotina.
“Se eu continuar pegando três conduções, a terceira seirá do meu bolso”, diz.
Segundo cobradores, nem todos os validadores tinham sido recodificados. Alguns estavam cobrando R$ 4,57 enquanto outros continuavam com R$ 4,30. “Nos primeiros ônibus que eu peguei, o desconto já havia aumentado, em outros continuou o valor comum”, disse um cobrador.
Procurada, a gestão Covas não respondeu porque não fez avisos sobre a volta do valor no vale-transporte.