Atingidos pela enchente em São Caetano esperam mais ajuda
Moradores reclamam que o auxílio financeiro da prefeitura não foi suficiente para cobrir prejuízo
Moradores do bairro de Fundação, em São Caetano do Sul (ABC), reclamam da falta de apoio da prefeitura após a enchente que atingiu as casas da região em maio deste ano. Na época, foram registradas 3 mortes por conta da chuva na cidade.
Segundo a Fundação Viva, organização de moradores, cerca de 2.000 famílias foram atingidas e apenas 32% receberam auxílio.
“No dia da enchente perdemos nosso carro e todos os móveis de nossa casa. A prefeitura nos deu uma cesta básica, um balde e uma vassoura. Parecia que estavam debochando da gente”, conta a pensionista Rosemeire Sales, 54 anos.
Segundo os moradores, também foi fornecida isenção de três meses da água e do IPTU e, para as famílias que ganhavam até um salário mínimo, seis parcelas de R$ 500. Rosemeire não se enquadrou no teto.
A dona de casa Nilva Palmiere, 64 anos, explica que as pessoas atingidas tiveram uma semana para ir até a prefeitura solicitar o benefício. “Não pude solicitar o auxílio porque eles alegaram que eu tinha passado do prazo. Mas uma semana é pouco para quem viu a casa toda ser destruída, a gente mal tinha onde ficar”.
Ainda que tivesse comparecido à prefeitura na data correta, Palmiere não teria recebido o auxílio mensal de R$ 500 porque a aposentadoria do marido, com quem mora, ultrapassa o teto. O mesmo aconteceu com sua vizinha Nilza Gennaoui.
“Eu sei que a pensão que eu recebo é superior a um salário mínimo, mas não é por isso que eu tenho dinheiro para trocar todos os móveis e eletrodomésticos da minha casa”, diz Nilza, pensionista, 75 anos.
Mesmo as famílias que receberam o auxílio dizem que não foi suficiente. “Nós compramos apenas o essencial, mesmo assim, gastamos muito mais do que R$ 500 por mês”, diz a comerciante Juliana da Silva.
Na enchente de 2008, os moradores disseram que foi pago para cada família um salário mínimo durante seis meses.