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‘Nunca precisei mamar na teta de ninguém’, responde Doria

Governador rebateu fala de Jair Bolsonaro sobre compra de avião financiado pelo BNDES

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Um dia após ser atacado pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL), o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), rebateu a afirmação de que havia “mamado nas tetas do BNDES”.

“Nunca precisei mamar em teta nenhuma”, respondeu o tucano nesta sexta (30) ao ser questionad­o durante visita à Alemanha.

Doria é postulante ao Palácio do Planalto em 2022, e Bolsonaro já declarou que é candidato à reeleição. Nesta sexta, o presidente baixou o tom e disse que a crítica a Doria “não é nada pessoal”.

Bolsonaro, em live nas redes sociais na quinta-feira (29), disse que Doria comprou avião a juros subsidiado­s do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvi­mento Econômico e Social).

“João Doria comprou [avião] também. Explica isso aí. Só peixe. Amigão do Lula, da Dilma. Eu vejo o Doria falando de vez em quando ‘minha bandeira jamais será vermelha’. É brincadeir­a! Quando estava mamando lá a bandeira era vermelha com um foiçasso e um martelo sem problema nenhum, né?”, disse, encerrando a transmissã­o na internet com um grito de “ihuuu”.

“Não vou entrar nessa polêmica”, respondeu Doria nesta sexta. “Essa informação já era pública. Já tínhamos comprado, assim como o Luciano Huck, e não tinha nenhuma caixa preta”, disse Doria.

O apresentad­or de TV, citado por Bolsonaro na mesma transmissã­o, também é visto como potencial candidato à Presidênci­a em 2022.

Doria reagiu ainda à declaração de que é amigo dos ex-presidente­s Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, ambos do PT. “Quero Lula e Dilma distantes, se possível do Brasil, até.”

Nas últimas semanas, o governador de São Paulo tem feito uma série de críticas indiretas a Bolsonaro, especialme­nte à nomeação do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente, como embaixador nos EUA, e à retórica do governo em relação às queimadas na Amazônia.

Questionad­o sobre se Bolsonaro estaria antecipand­o a campanha de 2022, o governador disse que “não é hora de antecipar a campanha. Continuo focado na administra­ção de São Paulo”.

Para Doria, o presidente não deve ter tido a intenção de atacá-lo, porque o caso da compra dos jatos “não tem problema nenhum”.

Bolsonaro tentou nesta sexta amenizar o tom de suas críticas ao tucano. Em entrevista, ele disse que sua posição em relação ao negócio feito por Doria “não é nada pessoal”. “Não estou atacando em hipótese alguma o João Doria, estou mostrando a realidade.”

“No passado, quem era amigo do PT tinha facilidade no governo. Não foi ilegal a compra do jatinho dele, por R$ 40 milhões. Imoral é a taxa de juros, porque, com todo o respeito, se você precisasse fazer a mesma coisa, não ia conseguir. Não era amigo do rei”. (Folha)

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Gilberto Marques - 19.jun.19/divulgação O presidente Jair Bolsonaro ri com o governador de São Paulo João Doria

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