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Câmera na mão e pé na estrada

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- Hanuska.bertoia@grupofolha.com.br

Nos road movies, os filmes de estrada, mais vale a jornada do que o destino dos personagen­s

Quem nunca sonhou em pegar um carro ou uma moto e sair por aí, pelas estradas da vida? Um gostinho das aventuras é possível experiment­ar nos road movies, ou filmes de estrada. Neles, o destino não importa, o que vale é a jornada do personagem, os lugares e as pessoas que conhece pelo caminho.

“Aconteceu Naquela Noite”, de 1934, comédia dirigida por Frank Capra, é considerad­o por muitos o primeiro road movie da história do cinema. Estrelado por Clark Gable e Claudette Coulbert, o filme narra o encontro de um jornalista com uma jovem, filha de milionário que fugiu de casa e pretende chegar a Nova York. Na viagem, eles cruzam paisagens como postos de gasolina e hotéis de beira de estrada.

“As Vinhas da Ira”, drama dirigido por John Ford em 1940, sempre é citado como um dos melhores road movies da história. Com Henry Fonda no elenco, a obra acompanha uma família pobre do meiooeste americano forçada a abandonar suas terras durante a Grande Depressão. Em um caminhão, eles viajam para a Califórnia, deparando-se com a pobreza da América.

Os anos 1960, quando o cinema viveu uma explosão de criativida­de inspirada na contracult­ura, nos deram dois grandes road movies. O primeiro é “Sem Destino”. É impossível pensar no gênero sem citá-lo. De 1969, o filme acompanha dois motoqueiro­s em uma viagem a Nova Orleans. A outra obra é “Bonnie e Clyde”, de 1967, com Warren Beatty e Faye Dunaway na pele do casal criminoso que rodou os Estados Unidos assaltando bancos durante a Grande Depressão.

Já “Paris, Texas”, de 1984, dirigi

do por Win Wenders, acompanha um homem que vaga pelo deserto americano e busca, em certo momento, se reconectar com a família, percorrend­o paisagens de beira de estrada, bares com neons e trilhos de trens abandonado­s.

Dos anos 1990, “Thelma e Louise” pode ser chamado de um road movie feminista. Geena Davis e Susan Sarandon são duas amigas que, em uma viagem de fim de semana, cometem um crime por legítima defesa e se veem obrigadas a fugir. No caminho, elas derrubam preconceit­os, dão o troco a um assediador, dispensam um marido abusivo e fazem a própria sorte.

O cinema nacional também possui duas obras-primas que são road movies. Em “Bye Bye, Brasil”, de Cacá Digues, seguimos o grupo de artistas da Caravana Holidei, que viaja pelo Brasil profundo e testemunha as mudanças por que o país passa nos anos 1980. Já “Central do Brasil”, de 1998, mostra a professora Dora (Fernanda Montenegro, indicada ao Oscar) acompanhan­do o menino Josué até o sertão nordestino, onde ele busca o pai. Impossível não se comover com a cena final, em que vemos o resultado da jornada para ambos os personagen­s.

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Fotos Divulgação Susan Sarandon (à esq.) e Geena Davis, as amigas de “Thelma e Louise”
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Betty Faria é uma das artistas da Caravana Holidei em “Bye Bye...”
 ??  ?? Hanuska Bertoia 47 anos, é formada e pós-graduada em jornalismo. Gosta de ver filmes em qualquer plataforma (TV, celular, tablet), mas não dispensa uma sala de cinema tradiciona­l.
Hanuska Bertoia 47 anos, é formada e pós-graduada em jornalismo. Gosta de ver filmes em qualquer plataforma (TV, celular, tablet), mas não dispensa uma sala de cinema tradiciona­l.

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